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Publicado em 24/07/2025, às 13h39 Reprodução/Freepik BNews Natal
Integrando arte e psicologia, o projeto Recanto Cultural, da Casa Durval Paiva, tem transformado a rotina de crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Criada em 1999, a iniciativa promove oficinas mensais conduzidas por artistas voluntários, com atividades como pintura, desenho, fotografia e contação de histórias.
As ações são acompanhadas de perto pelo Setor de Psicologia da instituição, que garante um olhar terapêutico e atento às necessidades emocionais dos participantes.
De acordo com Gilvania Guedes Teixeira Véras, psicóloga da Casa e responsável pelo acompanhamento das atividades, a proposta vai além da recreação.
“A arte funciona como um canal de expressão simbólica que muitas vezes permite à criança dizer o que a fala não alcança”, afirma.
Segundo ela, o Recanto Cultural oferece um espaço seguro para a elaboração de sentimentos difíceis, comuns no contexto de adoecimento e tratamento prolongado.
Arteterapia contribui para bem-estar e enfrentamento
A psicóloga explica que a abordagem utilizada nas oficinas tem base na arteterapia, prática reconhecida por seus efeitos positivos na saúde mental e emocional. Estudos apontam que, ao estimular a criatividade e a expressão livre, a arte facilita o enfrentamento de situações desafiadoras. Já em ambientes hospitalares, ela também tem sido associada à redução da dor e do estresse.
Na Casa Durval Paiva, atividades como a confecção de bonecos de pano têm mostrado resultados positivos no desenvolvimento emocional das crianças, fortalecendo habilidades sociais e o senso de pertencimento ao grupo. A interação com os artistas voluntários também amplia o repertório cultural dos participantes e contribui para a formação de vínculos afetivos e de confiança.
Impacto que ultrapassa as paredes da instituição
As obras produzidas durante as oficinas hoje decoram os corredores da Casa Durval Paiva, mas o impacto do projeto vai além do visível. “O que se constrói ali são memórias afetivas, autoestima e novas formas de enfrentar a realidade do tratamento”, destaca Gilvania. Para as famílias, o Recanto Cultural representa mais um ponto de apoio emocional ao longo da jornada do cuidado.
Com mais de duas décadas de atuação, o projeto se consolida como uma referência no uso da arte como recurso terapêutico. A experiência acumulada mostra que iniciativas interdisciplinares, sensíveis e bem conduzidas podem fortalecer não apenas o indivíduo, mas toda a rede de suporte ao redor da criança.
A proposta da Casa Durval Paiva, segundo a psicóloga, é seguir promovendo um cuidado que una acolhimento, escuta e criatividade.