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Publicado em 09/06/2025, às 20h29 Redação
Recém-eleito vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o presidente da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol, José Vanildo, fez um alerta que já repercute nos bastidores do futebol brasileiro: a Copa do Nordeste está ameaçada.
Em entrevista ao BNews Natal, Zé Vanildo afirmou que a competição, criada em 1994 e considerada a mais popular entre os campeonatos regionais do país, está perdendo força dentro da estrutura do futebol brasileiro — e corre sério risco de desaparecer.
“A Copa do Nordeste é fundamental ser revitalizada. Da forma que está funcionando, a tendência é acabar. O crescimento do Nordeste ocorreu com a Copa do Nordeste, mas hoje ela está sendo deixada de lado”, afirmou.
A fala, que reflete um sentimento crescente entre dirigentes do Nordeste, ganha ainda mais peso por vir do primeiro vice-presidente da nova gestão da CBF, comandada agora por Samir Xaud.
Segundo Vanildo, a profissionalização do futebol brasileiro, com a possível criação de uma liga nacional para gerir as Séries A e B, é uma tendência mundial que ele, inclusive, defende. Mas ressalva que não pode acontecer às custas do futebol regional.
“Há uma tendência natural de transformação. O futebol ser tratado como empresa eu vejo que é natural, normal. Eu acredito que haja essa evolução, que consigam se unir a esse desejo. Eu acredito que a CBF abraça esse sentido. Mas, que antes reveja a questão dos campeonatos estaduais, do efetivo investimento no futebol feminino, no futebol de base. Não há outra alternativa que não seja a profissionalização do campeonato nacional. Eu sou a favor da liga, mas desde que se qualifique, que se respeite os campeonatos estaduais. A Copa do Nordeste é fundamental ser revitalizada. Eu vou lutar pela melhoria da Copa do Nordeste, que desde a sua criação eu tenho me envolvido. Vou lutar pela melhoria do nosso calendário, a nível nacional”.
O dirigente potiguar também cobrou maior envolvimento dos governos e da classe empresarial na preservação e valorização do futebol. “Lamentavelmente, os governos não têm o esporte de forma geral como projetos permanentes de ação de governo. E jogam essa situação nas costas dos esportistas, que muitas vezes investem o patrimônio pessoal, a emoção, tudo em razão do crescimento e da importância do futebol”.
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