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O "Potiguarês" descomplicado: um guia divertido pelas gírias do Rio Grande do Norte

Entenda o significado das gírias mais queridas do RN e como elas refletem a alma do povo potiguar  |  O "Potiguarês" Descomplicado: um guia divertido pelas gírias do Rio Grande do Norte - Reprodução

Publicado em 16/07/2025, às 19h46   O "Potiguarês" Descomplicado: um guia divertido pelas gírias do Rio Grande do Norte - Reprodução   BNews Natal

Muito além das paisagens paradisíacas e da cultura vibrante, o Rio Grande do Norte esconde um tesouro linguístico que merece destaque: suas gírias. Repletas de bom humor e identidade regional, essas expressões são parte essencial do jeito potiguar de se comunicar. Entender esse vocabulário é mergulhar de cabeça na alma do povo potiguar.

Se você é turista curioso ou um morador que quer desvendar ainda mais as particularidades da linguagem local, este guia é para você. Aqui, reunimos algumas das gírias mais populares do estado, explicando seus significados e usos para que você se sinta cada vez mais em casa.

Resenha: muito além de uma simples conversa

Entre as gírias mais queridas, "resenha" ocupa lugar de destaque. Ela vai além de um simples papo, podendo envolver uma fofoca, um relato engraçado ou até um resumo animado do dia. Quando pedem uma resenha, prepare-se para detalhar tudo com entusiasmo.

Na mesma linha, o termo "rasga aí" aparece como um incentivo. Funciona como uma forma divertida de dizer que se quer ouvir todos os detalhes, sem cortes. Ou seja, depois de um fim de semana agitado, você pode muito bem ser convocado a "rasgar" tudo sobre o que viveu.

Boy: um termo para todos

No vocabulário potiguar, "boy" é uma gíria que quebra barreiras. Ao contrário de outras regiões, aqui ela é usada de forma neutra e afetuosa, podendo se referir a qualquer pessoa, seja homem, mulher, jovem ou mais velho. A intenção é sempre informal e simpática.

Você pode escutar variações como "a boy" ou "o boy", além de diminutivos como "boyzinho" ou "boyzinha". Esse uso flexível revela a informalidade nas relações locais e cria uma comunicação mais leve e próxima.

Avia: a pressa que vira convite

Quando alguém solta um "avia", não se trata apenas de pedir pressa. É quase um convite animado para que você não demore. É um chamado afetuoso, daqueles que dizem “anda logo” com um sorriso no rosto.

Essa expressão costuma aparecer em contextos do dia a dia, como quando alguém está te esperando para sair ou para participar de algo. É o tipo de palavra que carrega a energia do cotidiano potiguar, sempre prática e direta.

De rocha: a confirmação potiguar

Se você ouvir um “de rocha”, pode ter certeza de que a concordância é total. É uma forma potiguar de afirmar algo com convicção. Transmite segurança, verdade e aprovação sem nenhuma dúvida.

A expressão é usada para endossar uma opinião, afirmar um compromisso ou simplesmente garantir que algo é certo. Ou seja, se um potiguar disser isso, a palavra está dada e é firme.

Rebola: o ato de descartar

Aqui, "rebola" não tem nada a ver com dança. No Rio Grande do Norte, essa palavra significa jogar fora. É usada para se referir ao ato de descartar algo sem rodeios.

É comum ouvir frases como “rebola isso no lixo”, como um jeito prático de mandar se livrar de algo. A simplicidade no uso da expressão reforça a objetividade tão presente no falar potiguar.

Tem pareia não: o incomparável potiguar

Quando algo é bom demais, sem comparação, os potiguares usam "tem pareia não". A frase serve para exaltar aquilo que é realmente único, seja uma comida, uma pessoa ou um lugar.

É uma forma intensa e carinhosa de demonstrar admiração. Ao ouvir isso, entenda que está diante de algo que conquistou corações de verdade.

Malhar: zombaria e caçoada

Longe da academia, “malhar” no RN significa caçoar, fazer piada, brincar com alguém. Pode ser usado de forma leve ou mais intensa, dependendo da situação.

Assim como “mangar”, é parte do repertório que mostra o lado divertido e espirituoso dos potiguares. Mesmo nos momentos de zoeira, o bom humor está sempre presente.

Massa: além do macarrão e da pizza

Aqui, dizer que alguém é “massa” é um elogio. Significa que a pessoa é bacana, gente boa, legal. Também pode ser usado para descrever momentos ou situações agradáveis.

Se alguém te chamar assim, receba com orgulho. É sinal de aprovação e simpatia, além de um reflexo do otimismo que marca o jeito de ser potiguar.

Tampa: inteligência e expertise

“Tampa” é uma gíria elogiosa que reconhece inteligência, esperteza e habilidade. Serve para enaltecer quem é bom no que faz, seja em qualquer área.

Quando um potiguar diz que você é "tampa", está reconhecendo seu talento. É uma forma direta de exaltar conhecimento e capacidade.

Moído: uma situação complicada

Quando algo dá errado ou vira uma confusão, o termo certo é “moído”. Pode indicar desde uma briga até um evento polêmico ou um desentendimento.

Essa gíria é usada com frequência para se referir a situações embaraçosas. É o tipo de palavra que traz drama e graça ao mesmo tempo.

Pia: o convite para ver

Se alguém te chamar dizendo “pia”, preste atenção. É uma forma rápida e informal de dizer “olha isso!”, usada para compartilhar algo curioso ou interessante.

É comum ouvir isso no meio de uma conversa ou diante de algo inusitado. É o jeitinho potiguar de convidar alguém a olhar com atenção.

Bixiga: a expressão de espanto

“Bixiga” aparece sempre que algo causa espanto ou indignação. Pode ser usado com tom de desaprovação ou surpresa, dependendo da situação.

Com variações como “eita bixiga”, a expressão serve para soltar emoção de forma espontânea. É uma interjeição típica da autenticidade local.

Aperrear: incomodar e atanazar

Quando alguém está sendo insistente ou chato, diz-se que está "aperreando". Essa gíria descreve perfeitamente aquela sensação de incômodo persistente.

É uma forma direta de expressar irritação, mas sem perder o humor. Os potiguares sabem lidar com o aperreio com leveza e paciência.

Bexiga taboca: a fúria potiguar

Se a raiva bate forte, o termo é “bexiga taboca”. Expressa indignação intensa e costuma surgir quando algo realmente tirou alguém do sério.

Mesmo sendo uma explosão emocional, a expressão carrega um tom popular que revela muito da expressividade potiguar.

Balaio de gato: a confusão generalizada

Quando a situação está uma bagunça total, é balaio de gato. A expressão se aplica tanto a ambientes físicos quanto a momentos emocionais ou sociais.

É um jeito bem-humorado de lidar com o caos. Afinal, até a confusão ganha um nome simpático por aqui.

Cabido: o intrometido potiguar

Para aquele que se mete onde não é chamado, o termo é “cabido”. Serve para indicar quem passa dos limites e quer saber demais da vida dos outros.

É uma crítica sutil que marca o limite entre curiosidade e invasão de privacidade.

Estribado: a riqueza potiguar

Se alguém está financeiramente bem, está “estribado”. O termo remete ao passado, quando os ricos andavam a cavalo com estribos.

É uma forma popular de falar sobre riqueza, com aquele toque histórico que só a linguagem regional oferece.

Caningado: a insistência potiguar

O "caningado" é o pidão. É quem insiste até conseguir o que quer, seja um favor ou um convite.

Apesar de parecer chato, a gíria é usada de forma divertida, sempre com aquela dose de humor que ameniza tudo.

Reiêra: o que não tem futuro

Quando algo é ruim ou não tem jeito, é chamado de “reiêra”. A expressão pode soar forte, mas reflete frustração com bom humor.

É muito usada para situações ou pessoas que decepcionaram, com um tom crítico que também diverte.

Melado: a embriaguez potiguar

Quem passou da conta na bebida está “melado”. Essa gíria descreve perfeitamente o estado de quem está alegre demais ou completamente bêbado.

Mesmo quando exagera, o potiguar fala disso com leveza e descontração.

Galado: um termo de amizade e desaprovação

É uma gíria potiguar que possui um duplo sentido, podendo ser utilizada tanto como um palavrão quanto como uma forma carinhosa de se referir a amigos. O contexto e a entonação são cruciais para entender o significado.

Em alguns casos, é um termo pejorativo para expressar desaprovação ou irritação. Em outros, é um vocativo informal entre amigos, sem conotação negativa.
Se um potiguar disser "Sai daí, seu galado!", provavelmente está expressando irritação. Mas se ele disser "Hei, galado, vamos pra festa ou não?", é um convite amigável.

Essa gíria reflete a complexidade da linguagem popular, onde uma mesma palavra pode ter significados opostos. "Galado" é uma gíria que demonstra a riqueza e a versatilidade do vocabulário potiguar, que se adapta aos diferentes contextos sociais.

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