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Publicado em 29/04/2025, às 15h46 Laboratório Sismológico da UFRN - LabSis/UFRN Redação
A série de tremores de terra no município de Carnaubais, na região do Vale do Açu potiguar, não tem causado espanto ao Laboratório Sismológico da UFRN. Não por enquanto. É o que afirma o chefe do Departamento de Geofísica da UFRN e coordenador do LabSis/UFRN, professor Aderson Farias do Nascimento. "Por enquanto, nenhuma preocupação", disse ele ao BNewsNatal.
Desde a última quinta-feira (24), pelo menos 41 eventos sísmicos foram registrados no município. Apesar da quantidade, o professor explica a causa e diz que os fenômenos são normais. "A causa desses fenômenos, todos, ou grande parte deles aqui no Nordeste do Brasil, são por falhas geológicas naturais que estão sendo reativadas. Então, nesse processo de reativação, ocorre, às vezes, uma ruptura um pouco maior, acompanhada ou antecedida por várias pequenas. Então, é comum que a gente tenha vários desses eventos pequenininhos, às vezes dezenas, centenas, e isso tem basicamente a ver com o tamanho da falha. Falhas menores, geralmente, tem menos sismicidade do que uma falha, por exemplo, como a da Samambaia, lá em João Câmara, que foram dezenas de milhares de eventos em vários anos", destacou.
Os tremores vão continuar? "Não há como prever como essa falha vai se movimentar. A gente está em contato com a Defesa Civil passando as informações e estamos planejando para instalar uma estação sismográfica lá (em Carnaubais), mas isso não está confirmado ainda. A gente vai ver ainda, mas é possível que a gente já visite o local para conhecer um pouco da área afetada e, eventualmente, instalar algum equipamento para aquela região se a sismicidade persistir", explicou Aderson.
Ainda de acordo com o geofísico, "faz vários dias que a sismicidade está lá e a gente tem interesse nessa sismicidade também de entendê-la melhor. Parece muito, mas por incrível que pareça, tem lugar aqui que tem muito mais", revelou. "Eles são até agora normais. Na verdade, a população não tá nem sentindo muito. A gente teve um ou outro relato de as pessoas escutarem um ou outro estrondo, mas no geral têm sido bem pequenos. A gente não sabe como vai evoluir, mas até agora são eventos de baixa amplitude. Como o epicentro deve ser muito próximo aonde essas pessoas estão, mesmo os menores, acho que eles conseguem sentir ainda. Então, por enquanto, nenhuma preocupação", concluiu.
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O Laboratório Sismológico da UFRN segue monitorando e divulgando toda atividade sísmica que ocorra no estado do Rio Grande do Norte e em toda região Nordeste do país.