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Publicado em 23/04/2025, às 15h22 Apesar dos resultados positivos, a ANVISA alertou que o medicamento não deve ser utilizado por pacientes que estejam em tratamento com anticoagulantes - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil Redação
Foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o registro do medicamento Kisunla (donanemabe). Ele é indicado para tratar casos iniciais da doença de Alzheimer. O remédio é destinado a pacientes com comprometimento cognitivo leve e demência leve relacionados à doença.
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que age diretamente nas placas de proteína beta-amiloide, que se acumulam no cérebro de pessoas com Alzheimer. Segundo a ANVISA, o medicamento se liga a esses aglomerados e ajuda a reduzir sua presença, retardando a progressão da doença.
A eficácia do donanemabe foi avaliada em um estudo com 1.736 pessoas com Alzheimer em estágio inicial. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um recebeu o medicamento e o outro, placebo. As aplicações foram feitas a cada quatro semanas, por até 72 semanas.
Ao final do estudo, na semana 76, os pacientes que receberam o Kisunla apresentaram uma progressão mais lenta e estatisticamente menor da doença em comparação ao grupo que recebeu placebo.
Apesar dos resultados positivos, a ANVISA alertou que o medicamento não deve ser utilizado por pacientes que estejam em tratamento com anticoagulantes, como a varfarina, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC), condição que pode ser identificada por ressonância magnética.
As reações adversas mais comuns estão relacionadas ao processo de infusão do medicamento. Os efeitos incluem febre, dores de cabeça e sintomas parecidos com os da gripe.
A ANVISA informou ainda que, como acontece com qualquer medicamento novo, o Kisunla será monitorado de forma rigorosa, seguindo um plano específico de minimização de riscos aprovado pela agência.
No Brasil, o tratamento de pacientes com Alzheimer é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em centros de referência, com atendimento multidisciplinar e acesso a medicamentos que ajudam a conter a evolução dos sintomas.
Além disso, o acompanhamento e os cuidados fora do ambiente clínico são fundamentais. Familiares, cuidadores e profissionais da saúde desempenham papel essencial na manutenção da qualidade de vida dos pacientes.