Cidades
Publicado em 08/10/2025, às 09h07 Foto: Reprodução/ Bom dia Brasil/ Globo. Sammara Bezerra
Até julho deste ano, mais de duas mil pessoas viviam entre praças, residências e pequenos estabelecimentos em Uiraponga, na zona rural de Morada Nova, no interior do Ceará. No entanto, a tranquilidade aparente foi rompida por uma disputa de território entre facções criminosas, de acordo com uma reportagem do g1.
O medo se espalhou rapidamente e fez com que a população deixasse o distrito em massa, transformando o vilarejo em uma verdadeira “cidade fantasma”.
“As pessoas com medo foram saindo das suas casas e quando umas pessoas viam as outras saindo, elas viam que estavam ficando cada vez mais isoladas e saíram também”, contou uma moradora.
O clima de insegurança aumentou ainda mais depois que rivais passaram a atacar familiares de faccionados e disparar contra residências.
Com a debandada, o distrito se tornou inviável: o comércio fechou, o posto dos Correios deixou de funcionar, a unidade de saúde não tinha mais pacientes e até a igreja encerrou as missas por falta de fiéis.
A escola também foi abandonada às pressas, e os alunos transferidos para a sede de Morada Nova, a 23 km de distância. Atualmente, o espaço que antes reunia estudantes abriga uma base fixa da Polícia Militar.
A Polícia Civil afirma que a prisão de um dos chefes da facção, em julho, trouxe mais controle à região. Desde então, apenas um homicídio foi registrado em Morada Nova, sem ligação com os episódios em Iraponga.
Ainda assim, a recuperação do distrito parece distante: o silêncio e os animais famintos são, por ora, os únicos habitantes do lugar.