Cidades
Publicado em 27/06/2025, às 09h21 Foto: Reprodução. Redação
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), sediada no Rio Grande do Norte, atravessa um dos momentos mais delicados de sua história recente, assim como outras universidades federais do país.
A Associação dos Docentes da Ufersa (ADUFERSA) emitiu na última terça-feira (10) uma nota pública denunciando a “grave situação orçamentária” da instituição, consequência direta de uma política de desfinanciamento que, segundo o sindicato, se estende por mais de uma década nas universidades federais brasileiras.
O alerta da ADUFERSA não é isolado. Ele reflete um cenário enfrentado por outras 69 universidades federais, agravado por sucessivos cortes no orçamento e pela limitação de repasses mensais que comprometem o planejamento institucional.
A entidade sindical destaca que, mesmo com a liberação emergencial de R$ 400 milhões após pressões do setor educacional, os recursos ainda são insuficientes.
A Ufersa, por exemplo, conta com um orçamento aprovado de R$ 414,7 milhões em 2025, mas apenas 16% desse valor é destinado a despesas discricionárias — essenciais para garantir serviços básicos como energia, água, alimentação estudantil, terceirizações e bolsas.
O Decreto nº 12.448/2025 impôs um contingenciamento superior a 30% no orçamento das universidades, resultando em uma reação nacional de docentes, estudantes e técnicos.
Embora o Decreto nº 12.477/2025 tenha autorizado uma suplementação, a regra de liberação mensal de apenas 1/12 do valor total anual impõe dificuldades severas à gestão universitária, prejudicando desde o pagamento de contratos até a execução de projetos de pesquisa e extensão.
Na Ufersa, dos R$ 351,4 milhões empenhados até agora, quase metade ainda aguarda liberação financeira para pagamento. Entre janeiro e junho de 2025, apenas R$ 24,32 milhões foram efetivamente usados para despesas essenciais — um montante considerado crítico pela ADUFERSA para manter o funcionamento adequado da instituição.
Leia tabém: Universidades federais enfrentam cortes emergenciais após decreto do governo Lula