Cidades
Publicado em 13/05/2025, às 07h34 Foto: Reprodução. Sammara Bezerra
Subiu, nesta segunda-feira (12), o número de pessoas com sintomas após o consumo de peixe em restaurante de Natal. Agora são 13 pessoas com suspeitas de intoxicação pelo pescado.
O diretor do Departamento de Vigilância em Saúde, José Antônio, explica que a conclusão da investigação pode ter prazo maior do que os 30 dias anteriormente afirmados, devido à especificidade da investigação.
A principal suspeita é que o quadro investigado se trata se uma intoxicação por ingestão de ciguatoxina, conhecida também como ciguatera.
Mas o que é a Ciguatera?
A ciguatera pode causar sintomas gastrointestinais, neurológicos e cardiovasculares. Os efeitos surgem entre minutos e até 48 horas após a ingestão do pescado contaminado e incluem dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia. Em alguns casos, sintomas como formigamento, sensação de calor ao tocar algo frio, e vice-versa, fraqueza muscular e alterações de paladar, podem durar semanas ou até anos.
As ciguatoxinas não possuem cheiro específico ou gosto, e não são eliminadas por cozimento, congelamento ou digestão. As substâncias estão concentradas nas vísceras e cabeças dos peixes, o que aumenta o risco em práticas de consumo tradicional.
Especialistas alertam para o risco
Com o surto de intoxicação alimentar registrado em Natal, a professora Odisséia Gaspareto, do curso de Controle Ambiental do IFRN, especialista em Vigilância Sanitária e Segurança dos Alimentos, conversou com o BNews Natal e fez um alerta sobre os riscos associados ao consumo de pescado.
"Essa é uma doença de origem alimentar proveniente de peixes contaminados com a ciguatoxina. Esses peixes não são afetados pela toxina. Mas a ciguatoxina é prejudicial a nós, humanos, o que representa um risco à saúde”, explicou.
A professora lembra que as intoxicações alimentares podem ser provocadas por perigos biológicos, químicos ou físicos, e que a contaminação pode ocorrer em diferentes etapas, desde a origem do pescado até sua manipulação no restaurante.
"A segurança dos alimentos é essencial. O comercio de peixe geralmente é bem cuidadoso em relação à conservação, pois se trata de um produto altamente perecível. Quando o processo de putrefação se inicia, toxinas podem ser formadas e causar sérios prejuízos à saúde de quem consome", pontuou a professora.
O caso segue sendo investigado pelas autoridades de saúde, que já coletaram amostras no restaurante e aguardam análise laboratorial para confirmar a causa do surto.