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Publicado em 05/08/2025, às 10h52 Ao longo de 132 dias, a operação deve entregar 46,3 milhões de m³ de água, com ajustes operacionais sendo feitos em agosto. - Divulgação Dani Oliveira
A partir desta terça-feira (5), começa oficialmente a tão aguardada liberação das águas do Rio São Francisco em direção ao Rio Grande do Norte. A operação, coordenada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), marca um passo importante para ampliar o acesso à água no semiárido nordestino.
A conquista deve beneficiar milhares de potiguares com abastecimento para consumo humano, agricultura e uso animal.
Como funciona a operação
O trajeto das águas até o território potiguar é longo e tecnicamente planejado: são cerca de 412 quilômetros de percurso, com passagem por diversos pontos de controle e estações estratégicas. Às 8h da manhã, a água captada na Estação de Bombeamento EBI-1, em Cabrobó (PE), já foi liberada pela Estação de Controle Caiçara, na Paraíba, com uma vazão inicial de 10 mil litros por segundo (10 m³/s).
Desde sua captação até esse ponto, já são 239 km percorridos pelas estruturas do Eixo Norte do Programa de Integração do Rio São Francisco (PISF). A próxima etapa ocorre no dia 6 de agosto, quando as águas chegarão ao Túnel Engenheiro Avidos, também na Paraíba, aumentando a vazão para 12,5 m³/s — dos quais 10 m³/s seguem rumo ao Rio Grande do Norte.
Já no dia 8, será a vez do Túnel São Gonçalo, em Sousa (PB), receber o fluxo, avançando mais 25 km. A previsão é de que as águas alcancem a divisa entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte entre os dias 18 e 22 de agosto. Quando isso acontecer, a vazão será de 13 m³/s, sendo 8 m³/s vindos diretamente do PISF e os outros 5 m³/s da vazão natural do rio Piranhas-Açu.
Quais barragens serão abastecidas
O destino final é crucial para a segurança hídrica do estado: as águas abastecerão duas das principais barragens potiguares — Oiticica, em Jucurutu, e a Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do RN, localizado entre os municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu.
A previsão é de que o volume total de água entregue ao estado ao longo de cerca de 132 dias de operação chegue a 46,3 milhões de metros cúbicos, com uma vazão média de 4,06 m³/s. Agosto será tratado como um mês de testes operacionais, durante o qual ajustes finos poderão ser feitos de acordo com o comportamento do sistema hídrico.
Essa liberação marca mais um avanço na missão de garantir segurança hídrica ao povo nordestino. O Rio Grande do Norte é uma das pontas dessa grande engenharia que é o PISF, e estamos chegando lá com planejamento, responsabilidade e olhar social", destacou o ministro Waldez Góes
A chegada da água ao RN não é apenas uma conquista técnica, mas uma resposta concreta a uma demanda histórica das populações que convivem há décadas com a escassez hídrica. A expectativa é de que esse novo fluxo transforme realidades e fortaleça a resiliência do sertão potiguar.