Política
Foto: Reprodução.
A vereadora de Natal Camila Araújo (União) negou que tenha cometido irregularidades na aplicação de emendas parlamentares. Ela afirmou nesta quinta-feira (28) que os recursos do seu mandato na Câmara Municipal são canalizados de forma transparente para projetos esportivos e sociais, negando qualquer desvio de finalidade.
Nos últimos dias, alguns blogs denunciaram que Camila Araújo teria destinado R$ 220 mil para o evento “Corrida, Família e Cidadania”, que aconteceu em 16 de agosto.
A irregularidade estaria no fato de que a corrida seria organizada pelo Centro Comunitário de Felipe Camarão, que tem Manoel Eduardo, marido da vereadora, como presidente.
No entanto, a parlamentar esclareceu que a verba foi para a empresa Núcleo de Desenvolvimento Social (NDS), que organizou a corrida. O conselho comunitário foi apenas um apoiador do projeto, que ocorreu no bairro da Zona Oeste de Natal.
Camila Araújo disse ainda que, por lei, os conselhos comunitários não podem receber recursos diretamente.
“O Conselho Comunitário não pode receber recurso. É uma entidade sem fins lucrativos. Nem CNPJ, que permita receber dinheiro público, não permite”, disse a vereadora, em entrevista à rádio Clube FM.
“As pessoas não pagaram um real para participar dessa corrida. As pessoas receberam camisa, lanche, fruta, água. Está tudo prestado contas e receberam permissão. O que nós pedimos apenas foi a doação de um quilo de alimento, e o que foi arrecadado foi entregue à instituição Onco e Vida, uma instituição que trabalha com pacientes com câncer”, argumentou Araújo.
Além da corrida, a parlamentar citou investimentos em equipamentos públicos, como a construção de uma quadra de futebol de areia no bairro das Quintas, fruto de emenda impositiva de seu mandato.
Camila ainda ressaltou que parte dos projetos que ela apoia é financiada com recursos próprios, e não apenas com dinheiro público. Ela citou a Copa Camila Araújo.
“Foi tudo realmente do salário da vereadora, e a gente faz. A gente faz a Copa Camila Araújo. E qual é o problema? Se tiver dinheiro público, aí é um grande problema”, declarou.
A entrevista também abordou o processo de investigação contra a vereadora Brisa Bracchi (PT), o que tramita na Câmara Municipal. Ela é acusada de destinar emenda parlamentar para um evento com caráter político, denominado "Rolê Vermelho".
Camila opinou que a colega deverá perder o mandato.
“Na minha opinião, sim. Porque foi esticada a corda demais. Se a Casa não toma uma medida como essa (cassação), vai aparecer a imagem de que todos têm telhado de vidro”, afirmou.
Para Camila, a postura de Brisa, uma das vereadoras mais jovens da CMN, prejudica a imagem do Legislativo. Ela afirmou ter se sensibilizado inicialmente com a defesa da petista, mas mudou de avaliação após ataques recebidos.
“Eu não tinha qualquer intenção (de votar pela cassação). Ela pegou o microfone humildemente, disse as razões dela, que chegou ali com muito suor, entregou muito panfleto, fez muita reunião. E eu me sensibilizei com aquilo. E eu analisei. Foram mais de sete mil eleitores que confiaram. Foi uma campanha linda, extraordinária. Só que, da quarta-feira para cá, foram diversos ataques. Não só a mim”, declarou.
Ela saiu, ainda, em defesa do vereador Luciano Nascimento (PSD), que tem sido criticado por destinar recursos de emenda parlamentar para uma festa de aniversário social que ele realiza na Zona Oeste de Natal.
“Eles não têm uma entrega. Os petistas não têm entrega. Faz, com emenda, farra com dinheiro público e querem ser os paladinos da honestidade, da probidade”, criticou.
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