Política
Publicado em 25/07/2025, às 10h13 Dani Oliveira
As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. A maior parte desses minerais está concentrada em dois pontos: na China e no Brasil.
Eles são imprescindíveis para a indústria. Agora, a reserva brasileira é alvo do imbróglio com Trump. O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Isso representa 25% do território existente.
Em meio ao impasse das tarifas impostas por Trump, o governo foi informado de que os Estados Unidos querem acesso aos minerais estratégicos.
O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, recebeu na quarta-feira (23) os representantes do Instituto Brasileiro de Mineração.
Segundo o instituto, os Estados Unidos estão interessados em realizar acordos com o Brasil para a aquisição de minerais considerados estratégicos.
A posição de especialistas é de que isso pode mudar o rumo da negociação sobre as taxas. O governo Lula, no entanto fez críticas.
Em um evento, Lula criticou o interesse declarado dos Estados Unidos nos minerais estratégicos brasileiros, como o lítio e o nióbio e disse que “aqui ninguém põe a mão”.
O que elas são?
As terras raras formam um grupo de 17 elementos químicos essenciais para o funcionamento de diversos produtos modernos — de smartphones e televisores a câmeras digitais e LEDs. Apesar de usados em pequenas quantidades, são insubstituíveis.
O uso mais importante dessas substâncias está na fabricação de ímãs permanentes. Potentes e duráveis, esses ímãs mantêm suas propriedades magnéticas por décadas.
Com eles, é possível produzir peças menores e mais leves, algo essencial por exemplo, para tecnologias, turbinas eólicas e veículos elétricos.
Esses elementos também são fundamentais para a indústria de defesa. Estão presentes em aviões de caça, submarinos e equipamentos com telêmetro a laser. Justamente por essa relevância estratégica, o valor comercial é elevado.
O quilo de neodímio e praseodímio — os mais usados na produção de ímãs — custa cerca de 55 euros (R$ 353). Já o de térbio pode ultrapassar 850 euros (R$ 5.460). Para comparação, o minério de ferro custa cerca de R$ 0,60 o quilo.
Praticamente todas as grandes inovações da atualidade dependem de minerais críticos. É justamente por isso que as maiores potências do mundo têm se movido para garantir acesso.
Por que são chamadas de raras?
Apesar do nome, as terras raras não são exatamente raras. Estão espalhadas por todo o mundo, mas em concentrações muito pequenas. O desafio é encontrar depósitos onde a extração seja economicamente viável.Hoje, 70% da produção global vem da China, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
A principal mina é Bayan Obo, no norte do país. Ela reúne enormes quantidades de todos os elementos usados em ímãs permanentes e supera em larga escala depósitos como Monte Weld, na Austrália, e Kvanefjeld, na Groenlândia.
O poder da China
Como a maior concentração está na China, o que faz do país um monopólio e isso tem preocupado Trump.
Onde elas estão no Brasil?
A presença dos minerais estratégicos em solo brasileiro tem despertado cada vez mais atenção de governos e empresas ao redor do mundo.
O país possui vastas reservas de recursos considerados cruciais para o futuro da economia global — entre eles, o nióbio, o lítio, o grafite, o cobre, o cobalto, o urânio e os chamados elementos terras raras. Esses minerais estão no centro das transformações tecnológicas e energéticas do século 21.
O país ainda tem outro trunfo: além das grandes reservas naturais, o país tem vantagens comparativas importantes, como matriz energética limpa, território estável, tradição mineradora e conhecimento técnico.
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