Política
Publicado em 30/07/2025, às 13h43 BNews Natal
Levantamento do PoderData aponta que a desaprovação ao governo Lula segue alta, mas caiu de 56% para 53% entre maio e julho. No mesmo período, a taxa de aprovação subiu de 39% para 42%. A diferença entre os dois indicadores recuou de 17 para 11 pontos percentuais, sinalizando um momento de leve recuperação para o presidente.
Essa é a primeira vez, em quase um ano de tendência negativa, que os números oscilam de forma favorável ao governo. O cenário ganhou novo contorno após a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros por parte do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
O episódio deu força ao discurso de soberania adotado pelo Planalto, comparado por aliados ao sentimento de união que domina o país durante a Copa do Mundo.
A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 28 de julho com 2.500 entrevistas em 182 municípios de todas as unidades da Federação. O levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.
Discurso nacionalista ganha força em cenário conturbado
A estratégia de comunicação do governo tem explorado com êxito o impacto das declarações de Trump. O petista tem vinculado as sanções norte-americanas a uma retaliação pelo tratamento jurídico dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe.
O Planalto tenta transformar a tensão diplomática em capital político, surfando na onda de nacionalismo.
Casos recentes como a mobilização em torno do filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar, em pleno Carnaval, evidenciam como a população brasileira costuma se unir diante de disputas com estrangeiros. Esse sentimento foi ativado também com o tarifaço, criando um clima simbólico de "nós contra eles" que favorece Lula neste momento.
Enquanto isso, a oposição observa com cautela os movimentos do eleitorado, ciente de que o efeito anti-Trump já foi decisivo em eleições no Canadá e na Austrália. Por lá, declarações do republicano ajudaram adversários de candidatos alinhados à Casa Branca.
Reeleição entra no radar, mas economia segue entrave
Mesmo com o avanço nas pesquisas, o cenário para 2026 ainda é incerto. O primeiro turno está marcado para 4 de outubro daquele ano, e até lá o governo precisa enfrentar desafios estruturais.
O déficit público continua elevado, com trajetória preocupante da dívida, aumento de despesas e promessas de novos programas sociais, enquanto cortes de gastos permanecem tímidos.
O efeito das tarifas, por ora, se mostra positivo para Lula, mas ainda não se sabe se esse impulso se sustentará a médio e longo prazo. A repercussão do embate comercial com os EUA pode ajudar momentaneamente, mas não substitui soluções concretas para os problemas econômicos do país.
A pesquisa, feita com recursos próprios pelo PoderData, empresa do grupo Poder360, envolveu dezenas de milhares de ligações até chegar à amostra representativa. Foram considerados critérios como sexo, idade, escolaridade, renda e localização geográfica, garantindo a fidelidade estatística do levantamento.
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