Política
Treze ativistas brasileiros, incluindo a deputada Luizianne Lins, foram deportados de Israel para a Jordânia após serem detidos enquanto tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em meio a tensões diplomáticas entre os países.
Os ativistas estavam detidos no centro de Ketziot e foram libertados após negociações do governo brasileiro, que garantiu que todos estavam em boas condições de saúde durante a detenção.
Com a deportação, o Brasil já contabiliza 471 ativistas enviados para fora de Israel, gerando condenações internacionais e levando o governo Lula a denunciar Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Após dias de tensão diplomática, 13 ativistas brasileiros detidos em Israel foram deportados para a Jordânia nesta terça-feira (7). O grupo fazia parte da flotilha Global Sumud, interceptada por forças israelenses quando navegava em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de levar ajuda humanitária.
Entre os deportados está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Segundo o Itamaraty, todos foram recebidos por diplomatas brasileiros na fronteira e levados em segurança para Amã, capital jordaniana.
Como foi a deportação dos brasileiros
O governo da Jordânia informou ter recebido 131 ativistas deportados, entre eles os brasileiros. A transferência foi confirmada posteriormente pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que destacou o papel das embaixadas em Tel Aviv e Amã no processo de mediação.
Após negociações conduzidas pelo governo brasileiro, os 13 brasileiros que integravam a flotilha Global Sumud foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia e libertados”, informou o Itamaraty em nota oficial.
Ainda não há confirmação sobre quando os brasileiros retornarão ao país. Até o momento, o governo brasileiro afirma que todos estão em boas condições de saúde.
Onde estavam presos e o que motivou a detenção
Os ativistas foram detidos no centro de detenção de Ketziot, localizado no deserto de Negev, o maior complexo prisional de Israel em área territorial.
Segundo fontes diplomáticas, representantes do governo brasileiro visitaram o grupo durante a detenção e não constataram ferimentos ou maus-tratos.
O grupo brasileiro contava originalmente com 15 integrantes — um deles não chegou a ser preso por estar em outro barco. Dos 14 detidos, 13 foram libertados nesta terça e um argentino-italiano residente no Brasil havia sido deportado antes, chegando ao Rio de Janeiro na noite de segunda-feira (6).
A flotilha e a reação internacional
A flotilha Sumud, composta por cerca de 40 embarcações, partiu com a missão de entregar suprimentos e denunciar a crise humanitária em Gaza, agravada pelo bloqueio imposto por Israel.
O governo de Benjamin Netanyahu mantém controle terrestre, marítimo e aéreo sobre o território palestino desde o início da guerra contra o Hamas, que já dura dois anos.
Com as deportações desta terça, 471 ativistas já foram enviados para fora de Israel, segundo dados oficiais. A ação gerou condenações internacionais e levou o governo Lula a denunciar Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, na última sexta-feira (3).
Israel, por outro lado, classificou os integrantes da flotilha como “provocadores” e afirmou que alguns detidos “se recusaram a cooperar com a deportação”, prolongando o processo.
Greta Thunberg também estava na missão
Entre os participantes estava a ativista sueca Greta Thunberg, deportada um dia antes.
Após deixar o país, ela afirmou que decidiu se juntar à flotilha porque “ninguém foi acudir o povo palestino”, pedindo que líderes mundiais usem seus privilégios para se posicionar contra a guerra.
Contexto do conflito
O confronto entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando militantes do grupo palestino invadiram o território israelense, deixando mais de 1,2 mil mortos e centenas de reféns.
Desde então, a resposta militar israelense causou devastação em Gaza. Segundo o Ministério da Saúde do território, mais de 67 mil palestinos morreram e 170 mil ficaram feridos — números reconhecidos pela ONU.
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