Política

INEP some com dados do Censo Escolar 2024 e deixa país no escuro; entenda

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Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais não informa novas datas para a divulgação dos dados do Censo Escolar 2024  |   BNews Natal - Divulgação © Sumaia Vilela / Agência Brasil

Publicado em 11/07/2025, às 13h24   BNews Natal



O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) voltou a atrasar a entrega de informações cruciais sobre a educação no Brasil. A segunda etapa do Censo Escolar 2024, que deveria ter sido divulgada em 9 de maio deste ano, permanece sem qualquer previsão oficial.

Questionado por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o órgão se limitou a afirmar que os dados se encontram “em fase final de ajustes técnicos”, sem informar datas ou justificar a demora.

O levantamento retido inclui os índices de aprovação, reprovação e abandono escolar em todas as redes de ensino do país. São informações fundamentais para gestores públicos, pesquisadores e sociedade acompanharem a qualidade da educação básica. Enquanto isso, estudantes, professores e secretarias aguardam respostas que não chegam.

O Censo Escolar é considerado a principal pesquisa estatística da educação básica brasileira. Ele é realizado anualmente e divulgado em etapas pelo INEP, que integra o Ministério da Educação (MEC), atualmente comandado pelo ministro Camilo Santana.

Primeira etapa também atrasou

Os problemas não começaram agora. A primeira fase do Censo Escolar 2024, que detalha números de matrículas, escolas e professores, também sofreu atraso expressivo. Prevista para sair em 31 de janeiro, só veio a público no dia 9 de abril, em meio a fortes críticas e cobranças de transparência.

Na ocasião, veículos de imprensa denunciaram que o Inep acumulava retenções de dados essenciais. Além do Censo, havia reclamações sobre a demora em divulgar resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), com dados sobre alfabetização. A pressão foi tanta que o ministro da Educação determinou a liberação imediata dos números represados.

Diferente da etapa anterior, desta vez nem a pressão política parece ter surtido efeito. Passados dois meses do prazo, o Brasil segue sem conhecer indicadores atualizados de rendimento dos estudantes.

Órgão silencia sobre justificativas

Os dados que permanecem retidos detalham situações como aprovação, reprovação, transferência, evasão e óbito de alunos da educação básica. Normalmente, essas informações são disponibilizadas no site oficial do Inep em área específica, mas até agora nada foi publicado.

Em resposta formal enviada ao Diário do Nordeste no dia 7 de julho, o INEP admitiu que “não há previsão para divulgação”. Três solicitações foram feitas via LAI: a liberação imediata dos resultados, a estimativa de data e a justificativa do atraso. Nenhuma explicação clara foi apresentada.

O silêncio do INEP aprofunda a desconfiança sobre a gestão dos dados educacionais e compromete o planejamento de políticas públicas. Enquanto isso, escolas, famílias e pesquisadores permanecem no escuro sobre a real situação do ensino no país.

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