Polícia
Publicado em 16/07/2025, às 07h21 Dani Oliveira
Apontada como figura estratégica do Comando Vermelho (CV), responsável pela articulação entre as lideranças da facção em diferentes Estados, uma mulher de 38 anos, batizada de “Dama do Crime”, foi presa nesta terça-feira (15 de julho) em um apartamento do bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte.
A operação “Reversus”, que foi deflagrada em conjunto entre as polícias civis de Minas Gerais e do Mato Grosso, que foi responsável pela investigação que apura o envolvimento da organização criminosa em fraudes bancárias e lavagem de dinheiro.
Sobre a inspiração para o nome da operação
“O nome da operação faz referência ao trajeto do dinheiro ilícito, que circulava entre diferentes estados para simular legalidade: os valores saíam do Mato Grosso, passavam por contas no Rio de Janeiro e retornavam ao estado de origem, aparentando licitude”, detalhou a Polícia Civil.
Nas redes sociais, a mulher se intitulava como CEO e fundadora de um salão de beleza localizado em Cuiabá, no Mato Grosso. Porém, ela também informava viver em “Beagá”. “Leonina com alma de líder”, escreveu a “Dama do Crime” em seu perfil no Instagram.
Segundo as investigações, a presa exercia função central na comunicação entre lideranças da facção em diferentes estados da federação, atuando especialmente na coordenação de ações interestaduais e no processo de ocultação e reinvestimento de recursos oriundos de crimes como o tráfico de drogas”, completou a Polícia Civil.
Apesar das tentativas de contato com a defesa da mulher, até a publicação da reportagem, ninguém tinha sido encontrado para responder sobre a prisão. Ainda conforme a Polícia Civil de Minas, a suspeita já tinha sido alvo de investigações e prisão anterior por crimes como associação criminosa e lavagem de dinheiro.
‘Dama’ aumentou atuação após morte do marido, na Bolívia
A investigação ainda teria identificado que a atuação da suspeita na facção se intensificou após a morte de seu companheiro, no fim de 2024. O “conhecido integrante da mesma facção” morreu na Bolívia, país cuja rota do tráfico de cocaína é dominada pelo CV.
Nas redes sociais, ela lamentou a perda. “Eu sei exatamente o que é a dor, o que é sentir que a tristeza está dentro de mim. Desde que uma das pessoas mais especiais da minha vida se foi, meus olhos choram sem parar. Quem me dera acordar e perceber que tudo não passou de um terrível pesadelo”, escreveu.
Ao todo, a operação cumpriu medidas cautelares contra 26 investigados e 50 mandados de busca e apreensão em diferentes estados do Brasil. “A ação reforça o comprometimento das forças de segurança na repressão ao crime organizado e na desarticulação de esquemas financeiros ilegais que sustentam essas estruturas”, concluiu a polícia mineira.
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