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Preço das passagens aéreas pode aumentar por causa do reajuste no valor do querosene de aviação? entenda

Historicamente, a relação entre o preço do QAV e as tarifas aéreas no Brasil segue um padrão conhecido como “foguete e pena” - Reprodução/Internet
O querosene de aviação é o principal insumo das empresas aéreas. O seu valor é reajustado a cada mês pela Petrobras, que se baseai em alguns fatores  |   BNews Natal - Divulgação Historicamente, a relação entre o preço do QAV e as tarifas aéreas no Brasil segue um padrão conhecido como “foguete e pena” - Reprodução/Internet

Publicado em 01/07/2025, às 15h43   BNews Natal



A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (1º), um aumento de 2,9% no valor médio do querosene de aviação (QAV) que é vendido às distribuidoras. O reajuste põe fim a uma sequência de reduções no valor do combustível, como a registrada no mês anterior, quando houve uma queda de 7,9%.

O novo preço já está valendo e acende um alerta no setor aéreo: o impacto direto sobre os custos operacionais das companhias pode levar ao encarecimento das passagens aéreas? 

Entendendo melhor

O querosene de aviação é o principal insumo das empresas aéreas. O seu valor é reajustado a cada mês pela Petrobras, que tem como base variações do mercado internacional e custos de produção e importação. A estatal fornece o combustível para distribuidoras, que, por sua vez, repassam aos aeroportos e companhias aéreas.

O setor aéreo ainda se recupera dos prejuízos acumulados durante a pandemia. Com isso, qualquer oscilação no custo do combustível pode comprometer a sustentabilidade financeira das operações.

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Isso acontece porque o QAV representa um dos maiores gastos das empresas do setor, ao lado do leasing de aeronaves. Os dois são fortemente influenciados pela cotação do dólar.

Tarifa pode subir rápido, mas queda deve ser lenta

Historicamente, a relação entre o preço do QAV e as tarifas aéreas no Brasil segue um padrão conhecido como “foguete e pena”.

Quando o querosene sobe, o repasse ao consumidor costuma ser rápido. Já quando cai, a redução no preço da passagem é mais lenta e nem sempre proporcional.

Mercado concentrado

No Brasil, três companhias dominam mais de 95% do mercado doméstico, segundo a ANAC. São elas: Latam, Gol e Azul. 

Esse cenário acaba favorecendo o repasse imediato dos custos aos consumidores, principalmente em um ambiente sem controle de preços ou tarifas reguladas.

De acordo com uma pesquisa realizada pela FGV Energia, a logística complexa de distribuição do QAV contribui para os altos custos.

A produção do QAV está concentrada no Sudeste, mas o combustível precisa ser transportado por longas distâncias para outras regiões, o que acaba elevando o valor final. 

Preços mais altos das passagens durante as férias de julho 

Uma pesquisa do buscador Viajala mostra que o preço médio das passagens aéreas subiu 8% para destinos nacionais e 5% para viagens internacionais, na comparação com o mesmo período de 2024.

A análise considera buscas realizadas entre 1º de abril e 20 de junho para viagens em julho e agosto, com saída dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos.

Os dados mostram que Brasília foi o destino com maior alta entre os preferidos dos paulistanos: os bilhetes passaram de R$ 285 para R$ 395, representando um salto de 28%.

Crescimento da demanda

A demanda por querosene de aviação no Brasil deve crescer 4,3% ao ano até 2032, de acordo com uma estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Isso reforça a importância do combustível na expansão do setor. 

Fatores como políticas de preços, concorrência limitada, sazonalidade e comportamento dos consumidores também influenciam o valor das passagens. 

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