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O caso, que envolve a ex-funcionária da Funcamp, está sendo investigado desde 2023 e aguarda decisão judicial após indiciamento por peculato. - Reprodução/UnicampPublicado em 04/05/2025, às 15h27 Aryela Souza
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) entrou com 34 ações de cobrança contra pesquisadores vinculados ao Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), após identificar um desvio de R$ 5,38 milhões em recursos públicos. As irregularidades ocorreram ao longo de 11 anos e foram detectadas durante a análise de prestação de contas de um projeto financiado pela fundação.
Segundo a Fapesp, os indícios de fraude se repetiam em diferentes projetos e apontavam para uma ex-funcionária do Escritório de Apoio da Funcamp, fundação que presta suporte administrativo à universidade. De acordo com a investigação, os desvios eram realizados por meio de notas fiscais falsas emitidas por uma empresa de sua titularidade e transferências bancárias para sua conta pessoal.
A principal suspeita é Ligiane Marinho de Ávila, demitida por justa causa em janeiro de 2024. O relatório da Fapesp aponta que mais de R$ 5 milhões foram desviados diretamente para contas em nome dela. O restante teria sido movimentado por empresas associadas a terceiros.
Embora os pesquisadores não tenham participado diretamente dos desvios, a Fapesp os responsabiliza por negligência, uma vez que permitiram o acesso da funcionária às contas bancárias dos projetos. Três ações já resultaram em condenações que somam R$ 317,9 mil. Outros dois cientistas devolveram, de forma administrativa, R$ 38,2 mil.
O caso é investigado desde 2023 pelo 7º Distrito Policial de Campinas. Ligiane foi indiciada por suspeita de peculato. O inquérito foi encaminhado à Justiça em agosto de 2024, mas ainda aguarda decisão. Segundo fontes, a ex-funcionária embarcou para a França em fevereiro deste ano.
A Unicamp informou que concluiu uma sindicância interna e que está elaborando novas regras para os Escritórios de Apoio ao Pesquisador. Já a Funcamp, responsável pela gestão administrativa de cerca de 1.500 projetos da universidade, movimenta anualmente cerca de R$ 600 milhões.
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