Geral

TCU aponta superfaturamento de até 1000% em contratos da COP30 e cobra explicações do governo

A área técnica do Tribunal concluiu que existem provas concretas de variações abusivas nos preços de produtos e serviços contratados - Valter Campanato/Agência Brasil
O alerta foi formalizado em um relatório que contêm 11 páginas, elaborado pela Auditoria de Contratações do TCU, que analisou dois contratos  |   BNews Natal - Divulgação A área técnica do Tribunal concluiu que existem provas concretas de variações abusivas nos preços de produtos e serviços contratados - Valter Campanato/Agência Brasil
José Nilton Jr.

por José Nilton Jr.

Publicado em 13/10/2025, às 16h08



Auditores ligados ao Tribunal de Contas da União (TCU) encontraram fortes indícios de superfaturamento e irregularidades na comercialização de espaços da Green Zone e da Blue Zone da COP30, marcada para acontecer no mês de novembro em Belém (PA). O órgão considera indispensável que o Governo Federal apresente esclarecimentos sobre os critérios usados para fixar preços e prevenir abusos.

O alerta foi formalizado em um relatório que contêm 11 páginas, elaborado pela Auditoria de Contratações do TCU, que analisou dois contratos firmados em 2 de junho entre o governo e o Consórcio Pronto RG, responsável pela venda de áreas comerciais durante o evento. 

A área técnica do Tribunal concluiu que existem provas concretas de variações abusivas nos preços de produtos e serviços contratados, chegando a aumentos de até 1000% em alguns itens.

Itens com sobrepreço de até dez vezes o valor de mercado

Entre os exemplos apontados, uma cadeira Charles Eames avaliada em R$ 150 teria sido ofertada pela empresa por R$ 1.650, enquanto uma impressora multifuncional que custa R$ 400 no mercado foi listada por R$ 3.000.

Já um frigobar de 120 litros, normalmente vendido por R$ 500, teria sido comercializado por R$ 1.400.

Segundo consta no relatório, essas práticas configuram um “padrão sistemático de superfaturamento”, evidenciando um abuso da posição dominante do consórcio, que detém exclusividade na comercialização dos espaços.

Leia também

Os técnicos alertam ainda para indícios de subsidiação cruzada, mecanismo que, segundo eles, foi viabilizado por falhas no edital, o qual conferiu liberdade total à empresa na fixação de preços, sem mecanismos de controle.

Contrato sem licitação e decisão nas mãos de Bruno Dantas

O Consórcio Pronto RG foi selecionado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), entidade contratada pelo governo para organizar a COP30. 

Com o relatório finalizado, caberá agora ao ministro do TCU Bruno Dantas, decidir se o contrato será suspenso ou se apenas exigirá explicações formais do governo. Nos bastidores, a avaliação é de que a suspensão é improvável, já que o evento ocorre em menos de um mês, e qualquer interrupção poderia colocar em risco a realização da conferência, que contará com a presença de líderes globais.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp


Whatsapp floating

Receba as notificações pelo Whatsapp

Quero me cadastrar Close whatsapp floating