Geral

Samba chora! Ícone da música brasileira morre no Rio

Reprodução/Freepik
Cantor e compositor Arlindo Cruz faleceu no Rio de Janeiro, deixando um legado de mais de 550 sambas gravados e uma carreira brilhante  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

[email protected]

Publicado em 08/08/2025, às 15h28



O cantor e compositor Arlindo Cruz morreu no Rio nesta sexta-feira, 8, aos 66 anos, informou a mulher do artista, Babi Cruz.

Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em março de 2017 depois de passar mal em casa, e ficou quase um ano e meio internado. Desde então, ele lidava com as sequelas da doença e passou por várias internações, o artista não se apresentava mais.

O nascimento de um músico
Arlindo Domingos da Cruz Filho, um dos mais conhecidos sambistas do Brasil, nasceu no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958. Além de escrever e cantar, Arlindo ficou famoso por tocar cavaquinho e banjo. Ganhou seu primeiro cavaquinho aos 7 anos, e aos 12, começou a tocar músicas de ouvido, aprendendo violão ao lado do irmão Acyr Marques.

Ainda jovem, Arlindo estudou teoria musical e violão clássico na escola Flor do Méier. Foi quando passou a atuar como músico profissional, em rodas de samba com vários artistas.

Ele teve em Candeia, um ícone do estilo, uma espécie de “padrinho musical” que o ajudou com suas primeiras gravações em estúdio. Entre elas, está o primeiro LP, “Roda de Samba”, depois relançado em CD.

Arlindo Cruz - Reprodução/Internet

O símbolo do Fundo de Quintal
Ao completar 15 anos, Arlindo foi para Barbacena, MG, onde estudou na escola preparatória de Cadetes do Ar.

Lá, ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas. Quando retornou ao Rio, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos, onde tocou com Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto, além de se tornar parceiro de duas então revelações do samba, Zeca Pagodinho e Sombrinha.

Pouco tempo depois de passar a fazer parte da famosa roda de samba, Arlindo teve 12 músicas gravadas por outros intérpretes, a primeira sendo “Lição de Malandragem”. Na sequência, vieram “Grande Erro”, gravada por Beth Carvalho, e “Novo Amor”, na voz de Alcione.

Sua grande chance como intérprete veio quando ele substituiu Jorge Aragão no Fundo de Quintal, onde ficou por 12 anos. Ele gravou sucessos como “Seja sambista também”, “Só Pra Contrariar”, “Castelo Cera”, “O Mapa da Mina” e “Primeira Dama” e saiu do grupo em 1993.

Mais de 550 sambas gravados
Segundo o site oficial do sambista, Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por vários artistas. Nos anos 90, ele se dedicou ainda às eliminatórias de sambas-enredos do Império Serrano, sua escola de coração.

A primeira vitória foi em 1996, no enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”. Emplacou ainda um samba no carnaval seguinte, em 1999, e depois, em 2001, 2003, 2006 e 2007.

Em 2008, Arlindo mudou de escola e escreveu o samba da Grande Rio no enredo “Do Verde de Coarí Vem Meu Gás, Sapucaí!”. Em sua carreira solo, o artista seguiu lançando CDs e DVDs. Em 2009, saiu o DVD “Arlindo Cruz MTV Ao Vivo”. Em 2011, lançou o CD “Batuques e Romances”.

Em 2012, gravou mais um CD e DVD ao vivo, “Batuques do Meu Lugar”, incluindo músicas inéditas e participações de Alcione, Caetano Veloso e Zeca Pagodinho.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp


Whatsapp floating

Receba as notificações pelo Whatsapp

Quero me cadastrar Close whatsapp floating