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Publicado em 22/06/2025, às 14h04 Aryela Souza
Um grupo de brasileiros que vive na ilha de Lombok se mobilizou para cobrar as autoridades locais em relação ao desaparecimento de Juliana Martins, acusando-as de descaso e de terem forjado um vídeo de um suposto resgate que nunca aconteceu. O desaparecimento da publicitária brasileira, de 26 anos, que caiu em uma trilha no vulcão do Monte Rinjani, na Indonésia, há mais de 40 horas, tornou-se um drama marcado por acusações de negligência e informações conflitantes.
O acidente ocorreu na noite da última sexta-feira (19), horário de Brasília. Desde então, amigos e familiares vivem uma angústia amplificada pelo que descrevem como uma "sucessão de horrores".
A Denúncia de um Falso Resgate
A principal denúncia partiu de brasileiros que acompanham o caso de perto. Carolina Coentro, uma nômade digital que vive em Lombok, afirmou estar em contato com a família da vítima e relatou ter recebido informações falsas.
A gente recebeu a notícia de que Juliana tinha sido vista, e que estava recebendo alimentos. Mandaram para a gente um vídeo de resgate, que a gente acreditou que era real, mas não existiu”, disse Carolina.
Ela também apontou a inadequação dos equipamentos da equipe de resgate. “As pessoas que estão lá têm uma corda de 150 metros, e Juliana está numa altura de mais de 500 metros para baixo. Ela nunca vai ser encontrada desse jeito”, completou.
Outra brasileira, que se identificou como Julia, amiga da vítima, resumiu os esforços como uma “sucessão de horrores”, afirmando que o resgate demorou mais de 20 horas para chegar ao local.
O último absurdo é que a equipe de resgate forjou o vídeo em que entregavam suprimentos para a Juliana passar a noite. Também era mentira”, cobrou.
Diante do que chamam de "descaso", os brasileiros informaram que estão tentando organizar um resgate particular, buscando equipamentos como cordas e drones. Um deles alertou para o risco iminente:
Há o risco de a menina morrer. O risco de morte é altíssimo por desidratação. Não tem como beber água lá. Onde ela vai arrumar água?”.
As Versões Oficiais e da Imprensa Local
A narrativa dos brasileiros contrasta com as informações divulgadas oficialmente. A Embaixada do Brasil em Jacarta afirmou em nota que acompanha o caso e que "os indonésios estão empenhados no resgate", apesar do difícil acesso.
Já a imprensa de Lombok, como o portal TribunLombok.com, noticiou que as equipes de busca conseguiram alcançar a vítima com mantimentos, mas que o terreno íngreme e o clima adverso dificultam a evacuação.
Autoridades locais também levantaram a hipótese de que Juliana tenha se movido em busca de abrigo, o que teria ampliado a área de busca. O impasse e a falta de informações concretas aumentam a angústia pela situação de Juliana Martins, que segue desaparecida.
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