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Publicado em 28/06/2025, às 18h19 Redação
Pesquisadores do Instituto Santos Dumont (ISD) publicaram, no periódico internacional Aging and Disease, um estudo que teve como objetivo investigar como componentes e alterações cerebrais específicas e relevantes para o funcionamento do sistema nervoso interagem com o declínio cognitivo em casos de Alzheimer.
A pesquisa assinada por Wellydo Escarião, biomédico e mestrando no programa de pós-graduação em Neuroengenharia do ISD, faz parte de sua pesquisa de mestrado e é orientada pelo biólogo Felipe Fiuza, professor pesquisador do Instituto, que tem como linha de pesquisa principal o estudo fundamental sobre a mudança de células cerebrais ao longo do envelhecimento humano.
Durante a doença de Alzheimer, o corpo humano passa por significativas alterações no sistema nervoso e na composição bioquímica do cérebro, contribuindo para as alterações cognitivas que se refletem em sintomas clássicos como a perda de memória, dificuldades de comunicação e perda da realização de tarefas diárias.
Um dos objetos centrais no estudo feito pelos pesquisadores do ISD, a proteína beta amiloide protagoniza este cenário, sendo um dos componentes que perdem a sua forma natural durante o Alzheimer.
Neste processo, estas proteínas passam a se acumular em placas (chamadas placas beta amiloide) e este acúmulo é associado à morte de neurônios e à piora da doença. Para combater este fenômeno, surge outro agente: as células microgliais (ou micróglias), responsáveis pela vigilância e defesa ativa do tecido cerebral, que ao interagirem com essas placas produzem um terceiro agente chamado Micróglias Associadas à Placa (PAMs).
As PAMs são componentes que podem produzir diferentes efeitos a depender de fatores como a quantidade de micróglias e de PAMs e o tamanho das placas beta amiloide, além de fatores estatísticos, como sexo e idade da pessoa com Alzheimer. Portanto, a pesquisa publicada utilizou dados obtidos a partir da análise de tecidos cerebrais após a morte, de pessoas com e sem Alzheimer, para analisar a ação e efeitos dessas interações em diferentes regiões do cérebro.
“Nossos resultados indicam que não é apenas a quantidade de placas ou a presença de micróglia que importa, mas como essas células interagem com as placas, qual o tamanho das placas e onde exatamente elas estão no cérebro. Esses fatores parecem influenciar de formas diferentes a progressão da doença”, explica o professor pesquisador Felipe Fiuza.
O artigo publicado faz parte da atuação de pesquisadores do ISD no fomento e na produção de pesquisas básicas, categoria de estudos que buscam responder pesquisas fundamentais sobre o funcionamento humano e de diversos aspectos do mundo, com o objetivo de contribuir com a teoria científica existente e fortalecer uma base para novos tratamentos e tecnologias no contexto da saúde e reabilitação.
“Esses resultados ajudam a abrir caminhos para novos trabalhos que busquem investigar mais a fundo os mecanismos que estão atuando no declínio cognitivo na doença de Alzheimer e também a entender fatores que podem contribuir ou melhorar o processo da doença” considera Wellydo.
Além de Wellydo e Fiuza, participam da pesquisa Guilherme Silva, Hellen Castro e Sayonara Silva, egressos do Mestrado em Neuroengenharia, Nelyane Santana e Ramón Hypolito, professor pesquisador do ISD.
O Instituto Santos Dumont
O Instituto Santos Dumont é uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba, na Grande Natal.
O artigo completo pode ser acessado no periódico Aging and Disease, clicando aqui
Os pesquisadores Wellydo e Felipe também explicam a pesquisa em vídeo, disponível no canal do Youtube do ISD: www.youtube.com/@InstitutoSantosDumont.
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