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Publicado em 03/07/2025, às 21h13 BNews Natal
O pastor Flávio Amaral foi indiciado por injúria e homotransfobia após declarações públicas consideradas ofensivas à comunidade LGBTQIA+. Ele se apresenta como “ex-travesti” e direcionou parte de seus discursos à deputada federal Erika Hilton (Psol-SP).
Em uma das falas, afirmou que “ela não era incluída no Dia das Mulheres, pois mulher não se vira mulher, mulher se nasce mulher”.
Natural de Brasília e atualmente morando em Itanhaém, no litoral de São Paulo, Amaral também relacionou a depressão do padre Fábio de Melo à homossexualidade, dizendo que o religioso “tem falta de sexo”.
O pastor ainda publicou conteúdos sugerindo que a religião seria capaz de promover a “cura” de pessoas LGBTQIA+. Em outras postagens, chamou esse grupo de “filhos da ira e da perdição” e disseminou mensagens com teor homotransfóbico.
Flávio Amaral tem 48 anos, lidera o Ministério Liberto Por Deus e se apresenta nas redes sociais como “missionário e pastor, liberto da homossexualidade”.
A investigação foi conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, da Polícia Civil do Distrito Federal. O inquérito foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que poderá oferecer denúncia à Justiça, solicitar novas diligências ou pedir o arquivamento.
Se condenado por todos os crimes apontados pela polícia, o pastor pode enfrentar pena de 6 a 15 anos de prisão.
Acusação relacionada à morte de jovem trans
Flávio Amaral também é alvo de uma investigação do Ministério Público, com base em denúncia feita por Erika Hilton e pela vereadora paulistana Amanda Paschoal (Psol), após o suicídio de uma jovem trans de 22 anos, ocorrido em setembro de 2023.
A vítima era ligada à igreja do pastor e passava por processos de “destransição” e “cura gay”, coordenados por ele. Após a morte, Amaral publicou mensagens ligando o suicídio à homossexualidade. Em uma delas, informou que obrigou a jovem a jejuar depois que ela revelou estar apaixonada por um homem.
Em depoimento, o pastor alegou que seus comentários foram motivados por “questões pessoais”. Declarou ainda que defende a liberdade de expressão e o respeito à diversidade.
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