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O que agrava as infecções respiratórias em idosos? Pesquisa revela fator decisivo

O que agrava as infecções respiratórias em idosos? Pesquisa revela fator decisivo - Reprodução
Dados indicam que o VSR foi responsável por 45% dos diagnósticos de SRAG, destacando a necessidade de atenção especial  |   BNews Natal - Divulgação O que agrava as infecções respiratórias em idosos? Pesquisa revela fator decisivo - Reprodução

Publicado em 17/07/2025, às 20h27   BNews Natal



Uma análise conduzida por infectologistas, epidemiologistas e pneumologistas de diferentes regiões do Brasil trouxe novos dados sobre o impacto do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em pessoas com 60 anos ou mais. A pesquisa avaliou pacientes hospitalizados com pneumonia, tanto na rede pública quanto na privada, e revelou números preocupantes sobre a gravidade dos casos associados ao vírus.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o VSR é transmitido de forma semelhante à gripe e à covid-19. O contágio acontece por meio de gotículas liberadas ao tossir ou espirrar, além do contato direto com pessoas infectadas ou superfícies contaminadas.

Comorbidades aumentam risco e gravidade das internações

Os resultados mostraram que doenças cardiovasculares estavam presentes em 64,2% dos casos, seguidas por diabetes (32%) e DPOC, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (24,5%). Essas comorbidades foram as mais associadas aos quadros graves entre os 3.348 adultos internados no período analisado, que compreendeu os anos de 2013 a 2023.

A comparação entre pacientes com e sem comorbidades revelou ainda mais desigualdade nos desfechos clínicos. Indivíduos com condições pré-existentes tiveram taxas mais altas de internação em UTI (34,8%), permanência hospitalar mais prolongada (13,2 dias em média) e uma taxa de mortalidade significativamente maior (26,9%).

Campanha alerta para riscos e necessidade de vacinação

Estima-se que o VSR afete 64 milhões de pessoas todos os anos no mundo. Frente à subnotificação dos casos em idosos e aos baixos índices de vacinação, a SBI lançou a campanha “Protegido você vai longe”. O foco da ação é alertar que, após os 60 anos, o risco de pneumonia associada ao vírus aumenta consideravelmente.

A iniciativa quer ainda esclarecer a diferença entre a infecção pelo VSR na infância, que geralmente causa bronquiolite, e seus efeitos mais severos em idosos. A campanha reforça a importância da vacinação como aliada da longevidade, já que muitos sintomas confundidos com gripe podem, na verdade, indicar infecção pelo VSR.

Falta de diagnóstico agrava cenário no SUS

Para o infectologista Clovis Arns da Cunha, membro da SBI, a ausência de testes para o VSR no momento da internação em hospitais públicos contribui diretamente para o subdiagnóstico. Ele destaca que isso é ainda mais preocupante em pacientes com mais de 60 anos e com comorbidades, já que muitos acabam sendo tratados como se estivessem apenas com gripe ou pneumonia comum.

O especialista lembra que, em 2025, o país enfrentou um aumento expressivo nos casos de bronquiolite em crianças, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, além de crescimento nas internações no Sul e Nordeste. Segundo ele, a circulação intensa do vírus entre os pequenos também é reflexo de uma ameaça aos mais velhos.

VSR lidera diagnósticos de SRAG em 2025

Dados recentes do Boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostram que o VSR foi responsável por 45% dos diagnósticos positivos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no primeiro semestre de 2025. Foram 18.654 casos, número praticamente duas vezes maior que os registrados por outros vírus, como Rinovírus (22,8%) e Influenza A (22,7%).

A médica Rosana Richtmann, consultora da SBI, alerta que o aumento dos casos já é perceptível desde o início do ano. Ela destaca que o VSR pode provocar pneumonia grave, sobretudo entre os idosos com doenças crônicas. Por isso, reforça que a vacinação contra o VSR deve ser considerada tão essencial quanto a da gripe para quem está na faixa dos 60 anos ou mais.

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