Geral
Publicado em 11/07/2025, às 15h51 Anderson Barbosa
Durante o mês de junho de 2025, os maiores acumulados de chuva foram
registrados no leste da região Nordeste, centro-norte da Região Norte, e no sul do Brasil, com totais superiores a 150 mm. Esse comportamento contribuiu para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. No país, a cidade que mais choveu no período foi Natal, com um acumulado de mais de 476 milímetros de precipitação.
As informações constam no Boletim Agroclimatológico do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Nordeste
Na Região Nordeste, os maiores acumulados de precipitação foram
observados no litoral leste, com volumes superiores a 200 mm, destacando-se as capitais de Natal (RN) com 476,4 mm, e Maceió (AL) com 458,2
mm.
Esse cenário manteve a umidade do solo em níveis adequados para o feijão e o milho terceira safra. Em contrapartida, o interior do Nordeste, especialmente no Piauí, Bahia, Ceará e porções centrais de Pernambuco, apresentou valores inferiores a 70 mm, com armazenamento de água no solo abaixo de 20% em algumas áreas, o que pode implicar na restrição do crescimento das lavouras e aumento do risco de perdas em regiões não irrigadas.
Norte
Na Região Norte, os maiores volumes de chuva concentraram-se no noroeste
do Amazonas, Roraima e Amapá, com destaque para as estações meteorológicas de Oiapoque (AP) com 375,2 mm e Macapá (AP) com 372,8 mm. Por outro lado, o centrosul do Pará, sul do Amazonas, Acre e oeste de Rondônia registraram volumes inferiores a 100 mm, enquanto no leste de Rondônia, sudeste do Pará e Tocantins, os acumulados ficaram abaixo de 50 mm, indicando o avanço da estação seca na região.
Embora as condições de umidade do solo ainda sejam satisfatórias para o milho segunda safra, áreas do Tocantins já apresentam restrição hídrica localizada, o que pode comprometer a produtividade, principalmente em lavouras em fase de enchimento de grãos.
Centro-Oeste
No Centro-Oeste, os acumulados de chuva permaneceram abaixo de 80 mm
na maior parte da região, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul, onde
localidades como Sete Quedas (MS) e São Gabriel do Oeste (MS) registraram valores de 157,4 mm e 90,8 mm, respectivamente.
Nas demais áreas, especialmente na região central de Goiás, o baixo volume de chuvas e os níveis de água no solo abaixo de 20% podem prejudicar a produtividade do milho de segunda safra, principalmente nas lavouras em fase de enchimento de grãos. No entanto, as lavouras em maturação mantêm boas condições fisiológicas.
Sudeste
Na Região Sudeste, os volumes de chuva foram inferiores a 50 mm, com
exceção do sul de São Paulo, onde os acumulados ultrapassaram os 100 mm.
Destacam-se as localidades de Iguape (SP) com 184,0 mm e Itapeva (SP) com 172,4 mm.
No interior de Minas Gerais e norte de São Paulo, os volumes foram inferiores a 30 mm. A redução da umidade do solo, especialmente
no centro-norte de Minas Gerais, pode afetar negativamente o desenvolvimento das lavouras de milho segunda safra e trigo de sequeiro. Contudo, para culturas em fase final de colheita, como cana-de-açúcar e café, a menor ocorrência de chuvas favorece o andamento das atividades agrícolas.
Sul
Na Região Sul, a distribuição de chuvas foi satisfatória em toda a região, com totais superiores a 150 mm no sul do Paraná e Santa Catarina, e acumulados acima de 300 mm nas áreas central e nordeste do Rio Grande do Sul. Em Serafina Corrêa (RS) e Santa Maria (RS), por exemplo, choveu um total de 462,6 mm e 424,6 mm, respectivamente.
Essas condições garantiram níveis elevados de umidade no solo, favorecendo o desenvolvimento do milho de segunda safra no Paraná, bem como a semeadura e a emergência do trigo de inverno no Paraná e Rio Grande do Sul. Todavia, o excesso de chuvas pode comprometer parcialmente o ritmo de colheita do feijão de terceira safra, elevando o risco de perdas por deterioração de vagens e grãos.
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