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Publicado em 08/07/2025, às 13h48 BNews Natal
A Embraer, empresa referência global no seguimento de indústria aeroespacial, sofreu um revés estratégico ao perder uma disputa para a Airbus por um contrato bilionário com o governo da Polônia.
A Polônia acabou escolhendo a aeronave C295, da fabricante europeia, em vez do cargueiro militar brasileiro C-390 Millennium. A decisão foi confirmada na última segunda-feira (7). Para a escolha, foram levados em consideração critérios técnicos, além de considerações geopolíticas e diplomáticas.
Mais sobre a escolha
O modelo da Embraer oferece uma maior capacidade de carga e de versatilidade, mas a Polônia optou pela padronização com o C295, que já esta presente em sua frota, reduzindo custos logísticos e de treinamento.
Entretanto, analistas apontam que o fator decisivo foi o atual cenário geopolítico, especialmente a postura da Polônia como membro da OTAN em um contexto de guerra na vizinha Ucrânia.
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A escolha também ocorre em meio a uma crescente preocupação da Polônia com alianças militares e políticas. O Brasil, ao adotar uma postura de neutralidade no conflito russo-ucraniano e manter laços com Moscou, gerou desconforto entre aliados ocidentais.
Impactos da escolha
A derrota na Polônia faz com que as perspectivas de expansão da Embraer no Leste Europeu sejam limitadas. Essa região é estratégica por causa da renovação de frotas militares. O C-390 já é adotado por Portugal, Hungria, Áustria e Coreia do Sul.
Entretanto, a Empraer segue forte globalmente, tendo uma carteira diversificada de clientes. O revés, porém, reforça a necessidade de estratégias mais robustas para contornar pressões geopolíticas em futuras disputas internacionais.
Licões para o Brasil
Além do impacto econômico direto, o caso é um sinal de alerta para a diplomacia brasileira. O modelo de política externa adotado pelo presidente Lula (PT), focado em não alinhamento e diálogo com múltiplos polos de poder, pode gerar ruídos em contextos onde o posicionamento claro é visto como essencial.
A mensagem da Polônia, ainda que indireta, foi clara: em momentos de tensão global, neutralidade pode ser interpretada como ambiguidade.
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