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Publicado em 23/05/2025, às 19h05 Redação
O aeroporto de Lisboa tem enfrentado dias de caos e indignação. Passageiros vindos de fora dos 27 países da União Europeia relatam filas de até quatro horas para passar pelo controle de imigração, gerando episódios de desmaios e a necessidade de intervenção de equipes médicas.
O motivo é a implementação definitiva dos novos sistemas de controle de fronteiras da União Europeia, que entraram em vigor na última segunda-feira (19/05). Embora já estivessem em fase de testes nas semanas anteriores, os sistemas têm causado transtornos que agora afetam até mesmo o setor de embarque.
O empresário argentino Luis Esnal, de 50 anos, descreveu a situação como dramática: “Vi vários passageiros sentando-se no chão, deitando-se nos cantos da área de imigração ou mesmo desmaiando por dificuldades de se manterem de pé por tanto tempo”.
Nas redes sociais, vídeos e fotos revelam saguões superlotados, longas filas, guichês fechados e passageiros visivelmente exaustos. Um viajante chegou a comparar a experiência a “um apocalipse” após aguardar mais de três horas e quinze minutos na fila da imigração. Outros criticaram a falta de preparo da equipe, classificando o cenário como “um desastre absoluto”.
Mais rigor nas fronteiras
Com a integração de Portugal aos novos sistemas de informação da União Europeia, o controle de entrada para cidadãos de países terceiros — ou seja, fora do bloco europeu — tornou-se significativamente mais rigoroso. Segundo a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), agora as autoridades realizam verificações mais detalhadas dos documentos e antecedentes criminais de quem não possui passaporte europeu.
Em nota oficial, a AIMA reconheceu a possibilidade de transtornos nos aeroportos, mas afirmou que esse é o preço a pagar por um sistema que promete oferecer “mais segurança e eficiência”.
O novo modelo tem como objetivo automatizar e tornar mais rígida a gestão de entradas e saídas de cidadãos, tanto nacionais quanto estrangeiros, dentro do espaço Schengen. Isso inclui fiscalização de vistos, registros biométricos e o histórico de movimentações.
Vale ressaltar que os brasileiros, apesar de isentos de visto para entrar em Portugal, também estão sujeitos às novas regras. Com isso, enfrentam checagens mais minuciosas e, possivelmente, maiores tempos de espera na imigração.
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