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Publicado em 02/07/2025, às 12h45 BNews Natal
O câncer de bexiga causou 15.069 mortes no Brasil entre 2022 e 2024, segundo dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde. Só no ano passado, foram 5.028 óbitos pela doença, sendo 3.354 entre homens e 1.674 entre mulheres. No Rio Grande do Norte, foram 61 mortes em 2024 e 171 no acumulado de três anos.
Apesar de menos comentado que outros tipos de tumor, o câncer de bexiga figura entre os mais incidentes no público masculino. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, em 2025, deverão surgir 11.370 novos casos no país. Desse total, 7.870 acometerão homens e 3.500 mulheres, com risco estimado de 7,45 casos por 100 mil homens e 3,14 por 100 mil mulheres.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Rio Grande do Norte (SBU-RN), Pedro Sales, alerta que fatores de risco como o tabagismo e a exposição ocupacional a produtos químicos ajudam a explicar por que os homens são mais atingidos. “Além disso, há diferenças hormonais e biológicas que também influenciam”, destaca.
Tabagismo e exposição a substâncias elevam risco
O cigarro é apontado como o principal vilão. Sales explica que substâncias tóxicas liberadas pela fumaça se acumulam na urina depois de passarem pelos rins, entrando em contato com a parede da bexiga. “Isso pode causar alterações nas células e aumentar o risco de câncer com o tempo. Parar de fumar é uma das formas mais eficazes de reduzir essa ameaça”, orienta.
Outros fatores também contribuem: idade avançada, histórico familiar, uso de alguns medicamentos, suplementos dietéticos e até características de gênero e raça — homens brancos apresentam risco maior. O câncer de bexiga costuma começar de forma silenciosa e, por isso, exige atenção aos sinais precoces.
Os sintomas incluem presença de sangue na urina, aumento da frequência urinária, ardência ao urinar, urgência miccional e jato urinário fraco. “São sinais que podem parecer banais, mas não devem ser ignorados”, alerta o especialista.
Exame precoce aumenta chance de cura
O diagnóstico pode ser feito por exames simples, como análise de urina e ultrassom, além de métodos como tomografia computadorizada e cistoscopia. Conforme o estágio da doença, o tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
“Exames de rotina são essenciais para detectar precocemente o câncer de bexiga e ampliar as chances de cura. Procure um urologista ao notar qualquer alteração urinária, principalmente se você tem histórico de tabagismo ou contato com produtos químicos”, reforça Sales.
Neste mês, a campanha Julho Azul alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A ação é promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia em todo o país. No Rio Grande do Norte, as ações são divulgadas nas redes da SBU-RN (@sbu.rn), com informações sobre exames e orientações para a população.
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