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Área queimada no Brasil em 2024 dispara e já supera média histórica em 62%, aponta MapBiomas

Mata Atlântica e Pantanal enfrentam queimadas alarmantes - Foto: Reprodução/Agência Brasil/Jader Souza
Em 2024, Brasil teve 21,8 milhões de hectares queimados, 62% acima da média histórica, com foco em vegetação nativa  |   BNews Natal - Divulgação Mata Atlântica e Pantanal enfrentam queimadas alarmantes - Foto: Reprodução/Agência Brasil/Jader Souza

Publicado em 24/06/2025, às 13h34   Redação



O Brasil registrou em 2024 uma explosão na área atingida por queimadas, com uma extensão 62% maior que a média histórica anual, segundo o Relatório Anual do Fogo, divulgado nesta terça-feira (24) pelo MapBiomas. Desde 1985, o país vinha apresentando uma média de 18,5 milhões de hectares queimados por ano, mas só neste ano foram 21,8 milhões de hectares, com destaque para o avanço sobre vegetação nativa.

Segundo o estudo, quase metade de toda a área queimada no Brasil nas últimas quatro décadas ocorreu apenas na última década. No total, 206 milhões de hectares – o equivalente à soma dos territórios do Pará e do Mato Grosso – já foram afetados pelo fogo desde 1985.

O levantamento revela que 69,5% das queimadas entre 1985 e 2024 aconteceram em áreas de vegetação nativa, número que saltou para 72,7% apenas em 2024. Um dado ainda mais alarmante é o avanço do fogo sobre áreas florestais, com 7,7 milhões de hectares queimados neste ano – índice 287% acima da média histórica.

Amazônia bate recorde histórico
A Amazônia liderou com a maior área queimada desde o início da série histórica. “O fogo não faz parte da dinâmica natural das florestas amazônicas. O que vimos em 2024 é resultado direto da ação humana, agravada por dois anos consecutivos de seca severa”, afirma Felipe Martenexen, coordenador do MapBiomas Amazônia.

Mata Atlântica e Pantanal também preocupam
A Mata Atlântica registrou sua maior extensão queimada em 40 anos, com 1,32 milhão de hectares, superando em 261% a média histórica para o bioma. Já o Pantanal teve 62% de seu território queimado ao menos uma vez desde 1985, com 93% dos focos localizados em áreas de vegetação nativa.

“Os poucos remanescentes florestais da Mata Atlântica são extremamente vulneráveis ao fogo, o que agrava ainda mais a perda de biodiversidade”, destaca Natalia Crusco, da equipe do MapBiomas.

Cerrado lidera em recorrência
O Cerrado segue como o bioma com maior frequência de queimadas. Entre 1985 e 2024, 3,7 milhões de hectares queimaram mais de 16 vezes. Em 2024, o avanço do fogo sobre as formações florestais do Cerrado atingiu o maior nível dos últimos sete anos, segundo Vera Arruda, do IPAM e coordenadora técnica do MapBiomas Fogo.

Caatinga e Pampa: diferentes escalas, mesmos riscos
Na Caatinga, o fogo afetou 13% da extensão do bioma em quatro décadas, com 38% das áreas queimadas mais de uma vez. O Pampa continua com os menores índices nacionais, mas ainda assim acumula 495 mil hectares queimados, o que representa 3% de sua área total.

“Mesmo com menor frequência, os incêndios no Pampa podem ser devastadores em períodos de seca, principalmente em áreas com acúmulo de biomassa”, alerta Eduardo Vélez, do MapBiomas.

Os dados foram obtidos por meio de imagens de satélite, que permitiram o mapeamento detalhado das cicatrizes deixadas pelo fogo em todos os biomas do país, traçando um panorama preocupante sobre o avanço das queimadas em território nacional.

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