Geral
por Gabi Fernandes
Publicado em 14/09/2025, às 08h54
Uma anomalia invisível paira sobre a América do Sul e o Brasil está bem no centro dela. Trata-se da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), uma área onde o campo magnético da Terra é significativamente mais fraco do que em outras regiões do planeta.
Essa fragilidade magnética, embora não represente risco direto à saúde humana, aumenta a exposição à radiação cósmica e solar, interferindo diretamente no funcionamento de satélites, equipamentos espaciais e até infraestruturas em solo.
Esse fenômeno não é totalmente conhecido pela ciência, mas vários estudos têm ampliado a compreensão sobre ele. Essa anomalia é uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra localizada sobre o Atlântico Sul, mais especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, em faixa que se estende até a África.
Impactos em satélites e sistemas de navegação
Quando satélites passam por essa região, podem apresentar falhas em computadores de bordo, perda de dados e erros em relógios internos, elementos cruciais para comunicações, coordenadas geodésicas e sistemas de navegação. Em terra, correntes geomagneticamente induzidas podem sobrecarregar transformadores, causar distorções em sinais e até levar a apagões em linhas de energia, telefonia e ferrovias.
Como a AMAS é monitorada
O monitoramento contínuo é a principal estratégia adotada para acompanhar a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). Agências espaciais como a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e instituições brasileiras, como o Observatório Nacional (ON), mantêm vigilância constante sobre o fenômeno.
No Brasil, o Observatório Nacional opera dois pontos estratégicos de medição: Vassouras (RJ) e Belém (PA). Esses locais coletam dados essenciais que alimentam a rede internacional de observação magnética, permitindo que cientistas acompanhem em tempo real as variações no campo magnético terrestre.
De acordo com especialistas, a AMAS é causada por processos naturais no interior do planeta e não pode ser eliminada. Compreender sua evolução é importante para o desenvolvimento de tecnologias de proteção e para o avanço do conhecimento sobre o campo magnético da Terra.
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