Cidades
Publicado em 15/07/2025, às 20h48 BNews Natal
O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, revelou em entrevista ao programa Repórter 98 que as quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, Satélite, Esperança, Potengi e Pajuçara, realizam cerca de 40 mil atendimentos por mês. O custo mensal dessas unidades varia entre R$ 9,5 milhões e R$ 10 milhões, enquanto o repasse do Ministério da Saúde não ultrapassa R$ 1 milhão.
Ele destacou que “recebemos em torno de R$ 150 mil por uma UPA, R$ 300 mil por outra. Esse valor está muito abaixo do necessário, e não há repasse estadual. Isso provoca um desequilíbrio financeiro enorme”.
Natal atende uma demanda que vai além da população residente, o que contribui para o aperto nos recursos disponíveis. De acordo com o secretário, “o último censo do IBGE apontou cerca de 780 mil habitantes na cidade, mas existem mais de 1,5 milhão de cartões do SUS registrados aqui. Isso impacta diretamente o financiamento do sistema de saúde”.
Geraldo Pinho também explicou que a Prefeitura está investindo na contratação de Organizações Sociais (OSs) para gerir as UPAs, buscando otimizar recursos e aumentar a eficiência do atendimento. O contrato inicial com as OSs terá duração de 24 meses, com possibilidade de renovação pelo mesmo período.
A previsão é que essa medida gere uma economia mensal entre R$ 300 mil e R$ 400 mil por unidade, o que representa uma redução de até R$ 18 milhões por ano nos custos.
Ele ressaltou que “quando compro medicação como gestor público, o processo é mais lento, levando de 40 a 45 dias, e geralmente com preços mais altos. As OSs compram à vista, com mais agilidade e menor custo”. O secretário reforçou que essa mudança não implica aumento de gastos, mas sim racionalização do uso do dinheiro público.
O atendimento nas UPAs continuará gratuito, universal e disponível 24 horas por dia. “Não haverá restrição baseada no cartão do SUS ou no endereço do paciente. Como autoridade sanitária, não podemos negar assistência em uma rede de urgência e emergência. Isso é uma garantia constitucional”, afirmou.
A Secretaria de Saúde informou ainda que cada UPA terá metas específicas e indicadores de desempenho definidos em contrato, com auditorias mensais e acompanhamento de órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas. Caso os critérios não sejam cumpridos, os contratos poderão ser rescindidos.
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