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Publicado em 29/06/2025, às 08h36 Gabi Fernandes
O Rio Grande do Norte registrou um total de R$ 11,17 bilhões em compras realizadas pela internet entre 2016 e 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com base em informações da Receita Federal. Desse montante, a maior parte das compras feitas por consumidores potiguares teve como destino empresas de São Paulo, que concentraram R$ 3,42 bilhões. Na sequência, aparecem Paraíba (R$ 1,81 bilhão), Pernambuco (R$ 1,41 bilhão) e o próprio RN, com R$ 1,37 bilhão.
No entanto, as vendas online realizadas por empresas potiguares totalizaram R$ 1,75 bilhão no mesmo período, bem abaixo do volume de compras efetuadas por consumidores do estado.
Os dados integram a terceira edição do Dashboard de Comércio Eletrônico Nacional, desenvolvido pelo MDIC, e mostram que o comércio eletrônico no estado acelerou especialmente a partir de 2020, em razão da pandemia de Covid-19.
Entre 2020 e 2023, o valor gasto por potiguares em compras online dobrou, saltando de R$ 1,2 bilhão para R$ 2,4 bilhões. Já as vendas realizadas por empresas do RN cresceram 44,2% no mesmo período, saindo de R$ 200,6 milhões para R$ 453,3 milhões. No entanto, em 2023, o volume de vendas caiu para R$ 350,7 milhões, uma retração de 22,6% em relação ao ano anterior.
Para o economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Thales Penha, a queda no volume de vendas em 2023 pode estar relacionada ao fim da pandemia. “Com o fim da crise sanitária, as pessoas voltaram a circular, então pode ter havido uma migração nas formas de consumo, com maior foco em lojas físicas”, avaliou.
Penha também destaca que o isolamento social alterou significativamente os hábitos de consumo, favorecendo o crescimento do e-commerce. “Durante a pandemia, o consumo de serviços como bares e restaurantes caiu, o que abriu espaço para o aumento nas compras de eletroeletrônicos, por exemplo”, explicou.
Já o presidente da Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, avalia que os dados do MDIC mostram que o setor empresarial está atento às mudanças no comportamento dos consumidores e tem buscado diversificar seus canais de venda. Apesar disso, ele ressalta que o comércio presencial ainda é predominante no estado.
“Mesmo com um volume expressivo, o total movimentado pelo e-commerce representou apenas 3,7% da receita do varejo potiguar no período, o que reforça a preferência do consumidor local pelas compras em lojas físicas, seja nas ruas, centros comerciais ou shopping centers”, afirmou Queiroz.
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