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Hotel Tambaú vai mudar de nome? Veja o que vai acontecer com o cartão-postal de João Pessoa

Foto: Francisco França / Jornal da Paraíba.
Com um investimento de mais de R$ 100 milhões, o novo dono planeja reabrir o hotel em 2026 com novo nome, mas mantendo sua arquitetura histórica  |   BNews Natal - Divulgação Foto: Francisco França / Jornal da Paraíba.

Publicado em 21/05/2025, às 11h55   Redação



O empresário e hoteleiro Ruy Gaspar, novo dono do Hotel Tambaú, em João Pessoa, revelou que o hotel deverá mudar de nome, passando a se chamar "Ocean Palace Tambaú". A novidade foi anunciada durante entrevista ao programa Hora H, da TV Norte Paraíba, na segunda-feira (19).

"Temos que juntar duas coisas que são marcas: o nome Ocean Palace e o nome Tambaú. Então, a ideia será Ocean Palace Tambaú", disse o representante da AG Hoteis em resposta a uma pergunta do jornalista Wallison Bezerra.

O empresário, que também é responsável pelo luxuoso Ocean Palace, em Natal (RN), explicou que o objetivo é resgatar o prestígio histórico do hotel e elevar o padrão de qualidade da hospedagem oferecida.

"O Tambaú, pelo que representa para cidade, para o paraibano. Na hora que eu agregar o nome Ocean Palace, vai agregar também a marca que a gente tem, consolidada, como cinco estrelas luxo", acrescentou. 

Além disso, o proprietário do Grupo Occean, afirmou que pretende reabrir o local no final de 2026 e investir mais de R$ 100 milhões na reestruturação da estrutura do prédio. Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o grupo do Rio Grande do Norte passe a administrar o cartão-postal de João Pessoa. 

Sobre manter a fachada e a arquitetura histórica do hotel, o novo dono afirmou que essa é a intenção do grupo. Também há a ideia de modernizar o interior e resolver problemas de umidade e infiltração, possivelmente substituindo as telhas existentes por uma laje de concreto que não comprometa a identidade visual do hotel.

“É uma coisa inegociável, a mudança da arquitetura. A arquitetura do Hotel Tambaru é a coisa mais linda e fantástica que existe. É uma joia que está muito mal cuidada, muito maltratada. E a gente vai mexer na parte interna, óbvio. Mas aquela parte externa da arquitetura, isso jamais, nunca. Só um louco faria um negócio desse. Ali é um cartão postal do mundo. Ele lembra da Varig, que é a nossa maior embaixadora, que a gente já teve na história”, ressaltou.

Ainda há também planos para as áreas externas que incluem a manutenção das quadras de tênis e a criação de um novo parque aquático para crianças, visando agregar valor ao hotel e atrair famílias.

Sobre o prazo de inauguração em 2026, ele ressaltou que isso pode sofrer variação, por conta das questões jurídicas e também por conta dos aspectos que compreendem qualquer obra.

Foto: TV Cabo Branco/Reprodução.
Foto: TV Cabo Branco/Reprodução.

Disputa judicial

Por decisão unânime da Quarta Turma, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu no dia 13 de maio que a posse do Hotel Tambaú, um dos principais cartões-postais de João Pessoa (PB), passará oficialmente para o grupo Occean — anteriormente chamado A. Gaspar — sediado no Rio Grande do Norte. O emblemático hotel havia sido leiloado duas vezes, e a disputa judicial em torno de sua posse se arrastava desde 2021.

A decisão do STJ restabelece a validade do segundo leilão, no qual o grupo Occean foi o vencedor. O julgamento reverte entendimentos anteriores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que haviam anulado o segundo leilão em favor do primeiro colocado.

Entenda a cronologia da disputa judicial:

  • O grupo A. Gaspar arremata o Hotel Tambaú em leilão por R$ 40,02 milhões.
  • O grupo desiste da compra, e o segundo colocado, o jornalista e advogado Rui Galdino, é declarado vencedor com lance de R$ 40 milhões.
  • Galdino alega posteriormente que seu lance foi, na verdade, de apenas R$ 15 milhões, e também desiste.
  • A Justiça convoca novo leilão.
  • Galdino volta atrás, paga o sinal e a comissão do leiloeiro, mas não quita as parcelas subsequentes.
  • No segundo leilão, o grupo A. Gaspar vence novamente, agora com um lance de R$ 40,6 milhões. O grupo paga a primeira parcela e parcela o restante em 80 vezes.
  • O empresário André Amaral, da Ampar Hotelaria, entra no processo como substituto de Galdino e quita as pendências do primeiro leilão em 2022.
  • A Ampar também recolhe impostos e formaliza documentação para assumir a posse do hotel.
  • O TJ-RJ anula o segundo leilão e reconhece a validade do primeiro, favorecendo Amaral.
  • O grupo A. Gaspar recorre ao STJ, argumentando que a Ampar não participou do leilão e segue pagando as parcelas acordadas.
  • O STJ decide em favor do grupo Occean (ex-A. Gaspar), garantindo à empresa potiguar a posse definitiva do Hotel Tambaú.
  • Com a decisão, encerra-se — pelo menos no âmbito do STJ — uma longa disputa jurídica envolvendo valores milionários e o futuro de um dos empreendimentos turísticos mais tradicionais do Nordeste.

Classificação Indicativa: Livre

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