Cidades

Como está o Nordeste no ranking de exploração infantil?; Veja os dados mais recentes no Brasil

O mapeamento da PRF utiliza aplicativo para classificar riscos, destacando a importância da fiscalização em áreas vulneráveis. - Divulgação
Com 6.532 pontos vulneráveis, o Nordeste supera outras regiões, mas apresenta queda na proporção de locais críticos em comparação ao passado  |   BNews Natal - Divulgação O mapeamento da PRF utiliza aplicativo para classificar riscos, destacando a importância da fiscalização em áreas vulneráveis. - Divulgação
Dani Oliveira

por Dani Oliveira

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Publicado em 17/08/2025, às 17h21



Um levantamento atualizado do Projeto Mapear, desenvolvido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a Childhood Brasil, identificou 17.687 pontos de exploração sexual infantil nas rodovias federais entre 2023 e 2024. O número representa um aumento de 83% em relação ao biênio anterior (2021-2022), quando foram registrados 9.653 locais.
O Nordeste lidera o ranking nacional, com 6.532 pontos vulneráveis, seguido pelo Sudeste, com 5.041. As regiões Sul (2.474), Centro-Oeste (2.210) e Norte (1.430) aparecem na sequência.
Como funciona o mapeamento da PRF
De acordo com a coordenadora-geral de Direitos Humanos da PRF, Bruna Bacelar, o aumento deve ser visto também pelo lado positivo: “quanto mais pontos identificados, maior o alcance das equipes de fiscalização. A expectativa é que esse número siga crescendo a cada biênio”.
Os agentes da PRF registram os locais por meio de um aplicativo, que classifica cada ambiente como crítico, de alto, médio ou baixo risco, considerando fatores como iluminação, fluxo de pessoas e presença de bares ou venda de bebidas alcoólicas.
Entre os estabelecimentos mais comuns estão postos de combustíveis (1.792), restaurantes e lanchonetes (1.344) e bares (1.230).
Nordeste tem mais pontos, mas menor proporção crítica
Apesar de liderar em números absolutos, o Nordeste apresentou redução na proporção de locais críticos. No levantamento anterior, 176 pontos (5,7%) eram considerados de maior risco. Agora, são 249, o que representa 3,8% do total — abaixo da média nacional de 4,6%.
O Sudeste concentra hoje o maior número de pontos críticos, com 258 locais (5,1%). Nos estabelecimentos de alto risco, o Nordeste tem 759 pontos (11,6%), número menor que o de 2021-2022, quando eram 517 (16,6%).
Estradas turísticas e vulnerabilidade social
Para Eva Cristina Dengler, da Childhood Brasil, os pontos classificados como críticos e de alto risco se tornam alvo prioritário de operações de fiscalização e ações preventivas.
O economista João Mário de França, da Universidade Federal do Ceará, explica que a malha rodoviária extensa e turística do Nordeste, com bares, pousadas e pequenos comércios, aumenta a vulnerabilidade em áreas de pouca fiscalização.
Nos estados do Ceará (15%), Paraíba (8%) e Maranhão (6%), a média de pontos críticos está acima da nacional. O perfil mais comum das vítimas segue sendo o de meninas menores de idade, em situação de vulnerabilidade social, baixa escolaridade e vindas de áreas periféricas ou rurais.
Educação e denúncias são caminhos de combate
Para a psicóloga Andréa Cordeiro, especialista em direitos da infância, a prevenção passa por protocolos claros em escolas municipais e estaduais para identificar e denunciar casos de abuso. Ela ressalta ainda a importância de campanhas permanentes, como o Maio Laranja, que costuma elevar o número de denúncias, mas não se mantém ao longo do ano em muitos municípios.
📞 Canais de denúncia:
•Disque 191: PRF — fiscalização das rodovias federais.
•Disque 100: Secretaria de Direitos Humanos — denúncias anônimas e gratuitas.
•App Direitos Humanos BR: aplicativo oficial disponível para Android e iOS.

Classificação Indicativa: Livre

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