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TCE da Paraíba nomeia conselheira investigada por cargo fantasma no serviço público; entenda o caso

A mulher teria ocupado um cargo comissionado no governo estadual por mais de uma década sem nunca ter comparecido ao local de trabalho  |  A nomeação de Alanna para o TCE-PB foi recebida com duras críticas por entidades da sociedade civil - Reprodução/Internet

Publicado em 02/05/2025, às 14h57   A nomeação de Alanna para o TCE-PB foi recebida com duras críticas por entidades da sociedade civil - Reprodução/Internet   Redação

O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) deu posse, na última quinta-feira (1º), à nova conselheira da Corte, Alanna Galdino, estudante de medicina e bacharel em direito. A cerimônia ocorreu cerca de uma hora após a aprovação unânime de sua indicação.

Alanna é filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, o deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos), o que aumentou a repercussão em torno da nomeação, marcada por fortes críticas e acusações de favorecimento.

Além das discussões em torno da qualificação da nova conselheira para o cargo, veio à tona um dado ainda mais polêmico: Alanna Galdino teria ocupado um cargo comissionado no governo estadual por mais de uma década sem nunca ter comparecido ao local de trabalho. O mais curioso é que a informação foi revelada por um levantamento realizado pelo próprio TCE da Paraíba.

Segundo auditoria interna, Alanna esteve lotada como Agente de Programas Governamentais na Secretaria de Planejamento do Estado da Paraíba entre os anos de 2012 e 2025. Nesse período, recebeu aproximadamente R$ 646 mil em salários e benefícios, mesmo sem apresentar nenhum registro de atuação profissional no setor público.

O relatório da auditoria afirma categoricamente que "não foi encontrado indício algum da atuação profissional da sra. Alanna Camilla Santos Galdino Vieira enquanto ocupante do cargo", destacando a ausência de acessos à rede da secretaria, produção de documentos, comunicações institucionais ou qualquer outro tipo de evidência funcional.

Além disso, de acordo com o documento, nenhum dos servidores ouvidos (incluindo chefes imediatos) afirmou conhecer a servidora ou ter presenciado qualquer atividade exercida por ela no órgão.

A nomeação de Alanna para o TCE-PB foi recebida com duras críticas por entidades da sociedade civil e especialistas em gestão pública, que questionam a legalidade e a moralidade da escolha, além da possível prática de nepotismo. 

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