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O que as autoridades mundiais disseram sobre ataque dos EUA ao Irã até agora? Confira

O ataque dos EUA ao Irã provoca reações diversas, de apoio a condenações, revelando a divisão global sobre o uso da força  |  A escalada de tensões no Oriente Médio levanta preocupações sobre a segurança internacional e a necessidade de diplomacia. - Divulgação

Publicado em 22/06/2025, às 10h47   A escalada de tensões no Oriente Médio levanta preocupações sobre a segurança internacional e a necessidade de diplomacia. - Divulgação   Aryela Souza

O ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares no Irã, ocorrido na madrugada deste domingo (22), provocou uma onda de reações internacionais que expõem uma profunda divisão global. As manifestações variam desde o elogio efusivo de Israel e o apoio cauteloso de aliados europeus, até a condenação veemente do Irã e os apelos urgentes da ONU e do Papa por uma desescalada imediata do conflito.

Apoio Incondicional de Israel

O principal aliado dos EUA na região, Israel, celebrou a ação militar. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parabenizou o presidente Donald Trump por sua "ousada decisão" de usar o "poder impressionante e justo dos Estados Unidos". 

Parabéns, presidente Trump. Sua ousada decisão de atacar as instalações nucleares do Irã com o poder impressionante e justo dos Estados Unidos mudará a história… A história registrará que o presidente Trump agiu para negar ao regime mais perigoso do mundo as armas mais perigosas do mundo.”

Ameaça do Irã

Em Teerã, a resposta foi de repúdio e ameaça. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, classificou o ataque como uma "grave violação da Carta da ONU" e um "comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso". 

Os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cometeram uma grave violação da Carta da ONU, do direito internacional e do (Tratado de Não Proliferação Nuclear) ao atacar as instalações nucleares pacíficas do Irã. Os eventos desta manhã são ultrajantes e terão consequências eternas. Todos os membros da ONU devem estar alarmados com este comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso. Segundo a Carta da ONU e suas disposições que permitem uma resposta legítima em legítima defesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo,” escreveu ele na rede social X.

Aliados Ocidentais

O Reino Unido e a União Europeia adotaram um tom semelhante de cautela. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram que o programa nuclear iraniano "representa uma grave ameaça" e que "o Irã jamais deve adquirir a bomba". Ambos enquadraram a ação dos EUA como uma medida para "mitigar essa ameaça", mas concluíram com um apelo para que o Irã retorne à mesa de negociações para uma "solução diplomática confiável".

Clamor Global por Paz

A Organização das Nações Unidas e o Papa Leão XIV expressaram profundo alarme com a ofensiva. Em suas redes sociais, António Gutierres, secretário-geral da ONU, declarou: 

Estou profundamente alarmado com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irã hoje. Esta é uma escalada perigosa em uma região já em crise — e uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais. Há um risco crescente de que este conflito possa rapidamente sair do controle — com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo. Apelo aos Estados-Membros para que reduzam a tensão e cumpram suas obrigações sob a Carta da ONU e outras normas do direito internacional. Neste momento perigoso, é fundamental evitar uma espiral de caos. Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz.”

No Vaticano, o pontífice lamentou as "notícias alarmantes" do Oriente Médio e implorou por paz.

Caros irmãos e irmãs, notícias alarmantes chegam do Oriente Médio, especialmente do Irã. Neste cenário dramático, que inclui Israel e Palestina, o sofrimento diário da população corre o risco de ser esquecido, especialmente em Gaza e outros territórios onde a urgência por apoio humanitário adequado se torna cada vez mais premente. Hoje, mais do que nunca, a humanidade clama e implora por paz. É um clamor que exige responsabilidade e razão […] Cada membro da comunidade internacional tem uma responsabilidade moral: deter a tragédia da guerra antes que ela se transforme num abismo irreparável. Não há conflitos distantes quando a dignidade humana está em jogo.”

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