Política
Publicado em 20/09/2025, às 13h55 A prefeita já havia sido criticada por decisões semelhantes, levantando preocupações sobre a transparência e prioridades de sua gestão. - Reprodução BNews Natal Redação
A notícia que agitou a cidade de Pau dos Ferros (RN) na última quinta-feira, 18, foi a criação da nova Secretaria Municipal da Mulher pela prefeita Marianna Almeida. No mesmo ato que oficializou a pasta, a gestora nomeou Lunária de Lima Cavalcante, sua atual namorada, para comandar o órgão.
A decisão, que une a esfera pública e a vida pessoal da prefeita, rapidamente transformou a inauguração da secretaria em um intenso debate sobre nepotismo e os limites do poder executivo municipal.
O anúncio da nova secretaria rapidamente se chocou com a realidade da população. As críticas à decisão ecoam a insatisfação com as prioridades da gestão municipal. Segundo os moradores, a cidade de Pau dos Ferros enfrenta problemas urgentes como longas filas na saúde, escolas em condições precárias e ruas cheias de buracos.
Diante desse cenário, a criação de mais uma secretaria – com novos cargos, salários e estrutura própria – é vista como uma medida equivocada. Esta já é a segunda pasta criada no atual mandato da prefeita, que também inaugurou a Secretaria de Comunicação.
Nomeações questionáveis
A polêmica em torno da nomeação de Lunária de Lima ganha uma nova dimensão ao revelar um histórico de decisões semelhantes na vida pública da prefeita. Esta não é a primeira vez que a vida pessoal de Marianna Almeida se mistura à gestão municipal.
Em outro episódio, sua ex-namorada chegou a ocupar um cargo na Câmara de Vereadores em um arranjo conhecido como “nepotismo cruzado”, onde autoridades trocam favores de nomeação. Agora, a história se repete em uma escala ainda maior, reacendendo as críticas sobre a prioridade de uma gestão que parece confundir o público e o privado.
A decisão de criar uma secretaria para a mulher, embora a pauta seja amplamente reconhecida como relevante, levanta sérios questionamentos sobre a prioridade e a transparência da gestão municipal.
No início do ano, a prefeita decretou estado de calamidade financeira, mas a nova pasta, com seus custos de cargos, salários e estrutura, parece ignorar a situação.
As dúvidas se aprofundam com a falta de informações claras sobre a qualificação da nomeada para liderar políticas públicas tão complexas e importantes. O município segue sem qualquer transparência sobre os custos da nova estrutura, adicionando mais uma camada de controvérsia à decisão.
Essa desconexão entre as prioridades do poder público e as necessidades da comunidade alimenta um clima de desconfiança e indignação. A medida, na prática, reforça a percepção de que a máquina pública local serve mais a interesses pessoais do que às demandas urgentes da população.