Política

Licença de Eduardo Bolsonaro acaba hoje e faltas podem ameaçar mandato

Deputado federal enfrenta dilema entre continuar nos EUA ou voltar ao Brasil após licença parlamentar de 120 dias  |  Expectativa cresce sobre o futuro de Eduardo Bolsonaro, que pode se afastar definitivamente da política brasileira devido a pressões - Reprodução

Publicado em 20/07/2025, às 08h23   Expectativa cresce sobre o futuro de Eduardo Bolsonaro, que pode se afastar definitivamente da política brasileira devido a pressões - Reprodução   Gabi Fernandes

A licença parlamentar de 120 dias do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) termina neste domingo (20). Caso não retorne ao Brasil a partir desta segunda-feira (21), ele começará a contabilizar faltas não justificadas nas sessões da Câmara dos Deputados, o que pode levar à perda do mandato.

Pelas regras da Casa, um parlamentar não pode se ausentar de mais de um terço das sessões plenárias sem justificativa formal. Eduardo se afastou em março, alegando “interesses pessoais” e, em dois dias específicos, “tratamento de saúde”.

Durante o anúncio do afastamento, o deputado afirmou que permaneceria nos Estados Unidos para atuar em articulações políticas e buscar sanções contra “violadores de direitos humanos”. O vídeo em que fez o anúncio foi publicado nas redes sociais.

Com a licença, o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP) assumiu a cadeira na Câmara. Ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, Olímpio é aliado da família Bolsonaro e afirmou à CNN que manteria as mesmas pautas defendidas por Eduardo. “Temos amizade próxima com a família Bolsonaro e temos que manter esse trabalho”, disse.


Clima político e declarações sugerem exílio nos EUA

Enquanto o prazo da licença se encerra, cresce a expectativa sobre o futuro político de Eduardo Bolsonaro. Em entrevista recente à CNN, o deputado afirmou que está disposto a “sacrificar o mandato” para continuar atuando nos Estados Unidos. “Não vejo clima para retornar ao Brasil e ser preso”, declarou.

A declaração veio na esteira de novos desdobramentos da operação da Polícia Federal envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira (18), o STF determinou que Bolsonaro usasse tornozeleira eletrônica e o proibiu de manter contato com o filho Eduardo.

Diante disso, o ex-presidente afirmou que o filho não deve retornar ao Brasil. “Se ele voltar, vai ser preso”, disse Bolsonaro. Ele também sugeriu que Eduardo poderá buscar cidadania americana. “É um garoto inteligente, fala inglês muito bem, fala espanhol, domina o árabe, tem um bom relacionamento com o governo americano. Acredito que ele vai buscar alternativas de se tornar um cidadão americano e não volta mais para cá enquanto Alexandre de Moraes tiver poder de prender quem ele bem entender.”

Com a possível ausência prolongada e o impasse em relação à sua permanência no Brasil, Eduardo Bolsonaro pode caminhar para um afastamento definitivo da vida parlamentar brasileira.

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