Política

Itamaraty confirma libertação de ativistas brasileiros; confira destino do grupo que estava interceptado por forças israelenses

O Itamaraty confirma a deportação dos ativistas, que faziam parte da flotilha Global Sumud, interceptada ao tentar levar ajuda humanitária a Gaza  |  Governo de Israel deporta ativista sueca Greta Thunberg em 6 de outubro de 2025 - Foto: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores de Israel

Publicado em 07/10/2025, às 08h13   Governo de Israel deporta ativista sueca Greta Thunberg em 6 de outubro de 2025 - Foto: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores de Israel   Dani Oliveira

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Após dias de tensão diplomática, 13 ativistas brasileiros detidos em Israel foram deportados para a Jordânia nesta terça-feira (7). O grupo fazia parte da flotilha Global Sumud, interceptada por forças israelenses quando navegava em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de levar ajuda humanitária.

Entre os deportados está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Segundo o Itamaraty, todos foram recebidos por diplomatas brasileiros na fronteira e levados em segurança para Amã, capital jordaniana.

O grupo fazia parte da flotilha Global Sumud, interceptada por forças israelenses quando navegava em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de levar ajuda humanitária.

Como foi a deportação dos brasileiros
O governo da Jordânia informou ter recebido 131 ativistas deportados, entre eles os brasileiros. A transferência foi confirmada posteriormente pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que destacou o papel das embaixadas em Tel Aviv e Amã no processo de mediação.

Após negociações conduzidas pelo governo brasileiro, os 13 brasileiros que integravam a flotilha Global Sumud foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia e libertados”, informou o Itamaraty em nota oficial.

Ainda não há confirmação sobre quando os brasileiros retornarão ao país. Até o momento, o governo brasileiro afirma que todos estão em boas condições de saúde.

Entre os deportados está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Segundo o Itamaraty, todos foram recebidos por diplomatas brasileiros na fronteira e levados em segurança para Amã, capital jordaniana.

Onde estavam presos e o que motivou a detenção
Os ativistas foram detidos no centro de detenção de Ketziot, localizado no deserto de Negev, o maior complexo prisional de Israel em área territorial.
Segundo fontes diplomáticas, representantes do governo brasileiro visitaram o grupo durante a detenção e não constataram ferimentos ou maus-tratos.

Centro de detenção de Ketziot, localizado no deserto de Negev, o maior complexo prisional de Israel em área territorial.

O grupo brasileiro contava originalmente com 15 integrantes — um deles não chegou a ser preso por estar em outro barco. Dos 14 detidos, 13 foram libertados nesta terça e um argentino-italiano residente no Brasil havia sido deportado antes, chegando ao Rio de Janeiro na noite de segunda-feira (6).

A flotilha e a reação internacional
A flotilha Sumud, composta por cerca de 40 embarcações, partiu com a missão de entregar suprimentos e denunciar a crise humanitária em Gaza, agravada pelo bloqueio imposto por Israel.

O governo de Benjamin Netanyahu mantém controle terrestre, marítimo e aéreo sobre o território palestino desde o início da guerra contra o Hamas, que já dura dois anos.

Com as deportações desta terça, 471 ativistas já foram enviados para fora de Israel, segundo dados oficiais. A ação gerou condenações internacionais e levou o governo Lula a denunciar Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, na última sexta-feira (3).

Israel, por outro lado, classificou os integrantes da flotilha como “provocadores” e afirmou que alguns detidos “se recusaram a cooperar com a deportação”, prolongando o processo.

Greta Thunberg também estava na missão
Entre os participantes estava a ativista sueca Greta Thunberg, deportada um dia antes.

Após deixar o país, ela afirmou que decidiu se juntar à flotilha porque “ninguém foi acudir o povo palestino”, pedindo que líderes mundiais usem seus privilégios para se posicionar contra a guerra.

Contexto do conflito
O confronto entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando militantes do grupo palestino invadiram o território israelense, deixando mais de 1,2 mil mortos e centenas de reféns.

Desde então, a resposta militar israelense causou devastação em Gaza. Segundo o Ministério da Saúde do território, mais de 67 mil palestinos morreram e 170 mil ficaram feridos — números reconhecidos pela ONU.

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