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De olho no PL, Carla Dickson diz: “Posso virar esteira de luxo no União Brasil”

A deputada federal Carla Dickson está em conversas para se filiar ao PL, visando as eleições de 2026, e participará de evento do partido  |  

Publicado em 14/08/2025, às 16h23      BNews Natal

A deputada federal Carla Dickson (RN) pode trocar de legenda para as eleições de 2026. Atualmente filiada ao União Brasil, a parlamentar está em conversas adiantadas com o Partido Liberal e vai, inclusive, participar do evento Rota 22 PL, que está programado para o próximo sábado (16), no Olimpo Recepção, a partir das 8h, com presenças confirmadas de Michelle Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto e Rogério Marinho.

A possível mudança para o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo ela, mesmo que seja confirmada, só deve ocorrer em abril do próximo ano, respeitando o prazo regulamentar da Justiça Eleitoral que garante a troca de legenda sem risco de perda do mandato, a chamada janela partidária. A decisão envolve cálculos eleitorais e análise sobre a viabilidade de reeleição diante das nominatas de cada partido para a eleição proporcional, além da questão ideológica.

“Primeiro, que o meu discurso não é de União Brasil, e segundo que eu posso virar esteira de luxo no União Brasil. E eu posso ser esteira de luxo também no PL. Posso, porque nós temos dois grandes deputados, só que eu tenho mais chance de lutar por uma cadeira no PL”, analisou a parlamentar em entrevista ao Diário do RN.

No PL, Carla destaca que enfrentaria uma concorrência de nomes fortes, mas avalia que o cenário é menos desfavorável do que no União Brasil. “Eu tenho um Girão aí, que é o cabeça de chapa, que vai puxar bastante voto, e o Sargento Gonçalves, que também tem mandato como eu e atua no mesmo segmento que eu, que é o segmento evangélico”, aponta. Ela reconhece, contudo, que hoje estaria “por último” nessa corrida e que a ausência de emendas parlamentares, por ter assumido o mandato apenas no início deste ano, em substituição a Paulinho Freire (UB), que deixou a Câmara para assumir a Prefeitura de Natal, é um fator de desvantagem.

Carla reforça que sua saída do União Brasil não é uma questão pessoal ou de descontentamento com dirigentes, mas de “sobrevivência política”. “É ruim ter que sair de um lugar que você gosta, mas não porque você quer. É sobrevivência política”, declarou.

A deputada revelou que já conversou com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e com o senador José Agripino, presidente estadual do União Brasil, além de lideranças potiguares como Paulinho Freire, Allyson Bezerra, João Maia, Benes Leocádio e Robinson Faria. Essas reuniões, segundo ela, discutiram cenários e possibilidades de viabilizar sua permanência no União Brasil. No entanto, Carla enfatiza que ainda não conversou com o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, e que a decisão final será tomada somente após esse diálogo.

Maior afinidade política com o PL e com a base bolsonarista na Câmara

“Caminho muito mais hoje com a oposição, com o pessoal do PL, do que com o União Brasil. Eu tenho alinhamento bom com Michelle. Conheci, finalmente, Valdemar. Gente boa, simples. Eu quero sair de cabeça erguida, deixando uma porta aberta. E se for para ficar, ficar, mas com eles entendendo que a minha postura é de direita e eu não abro mão disso. E se Bolsonaro for candidato à presidente, eu vou fazer campanha para ele. E se ele mandar, ou Michelle, ou Tarcísio, eu vou ficar com o candidato da direita”, afirmou a parlamentar durante entrevista para o Jornal Diário do RN.

Por outro lado, Carla não esconde a insatisfação com declarações de figuras importantes do bloco de centro-direita, como o senador Ciro Nogueira (PP), que defendeu a punição de parlamentares que participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara. “É ruim estar no partido em que um dos dirigentes tem essa questão de querer até punir gente do partido”, avaliou.

Nesse contexto, ela insere o presidente estadual do União Brasil, senador José Agripino, quanto ao diagnóstico sobre a democracia no Brasil. “Ele é um homem que está na política há muitos anos e tem um respeito muito grande em Brasília. E temos opiniões divergentes. Eu acredito, sim, que nós estamos vivendo uma ditadura, a ditadura da toga, o que o Alexandre de Moraes vem fazendo. Não é aquela fase horrível que foi a ditadura militar, mas é um outro tipo de ditadura”, afirmou.

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