Política
Publicado em 22/05/2025, às 20h41 Braga Netto continua preso após decisão de Moraes - Marcelo Camargo/Agência Brasil Redação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (22) manter a prisão do general Braga Netto, detido no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
O general da reserva, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir as investigações relacionadas à tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos réus do núcleo principal da trama golpista, grupo que inclui ainda o ex-presidente e o general Augusto Heleno.
A decisão de Moraes foi tomada após parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que recomendou a manutenção da prisão.
O ministro ressaltou que a liberdade de Braga Netto poderia comprometer o andamento da ação penal contra os envolvidos na tentativa de golpe.
Moraes citou o depoimento prestado ao Supremo na quarta-feira (21) pelo ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, que relatou ameaças contra seus familiares. “A testemunha de acusação afirmou que o réu Walter Souza Braga Netto orientou militares golpistas a pressionar tanto ela quanto sua família, devido à oposição do tenente-brigadeiro Baptista Júnior ao plano golpista da organização criminosa. Ele também destacou que precisou encerrar suas contas em redes sociais por causa da intensa pressão exercida pelos militares golpistas, sob orientação de Braga Netto”, explicou o ministro.
Durante as investigações, a Polícia Federal identificou que o general, apontado como um dos principais articuladores do plano golpista, tentou obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A defesa de Braga Netto negou que ele tenha obstruído as investigações após a prisão.