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Quem tem dívidas deve fazer investimentos? Veja o que diz especialista

Entenda se vale a pena investir enquanto tem dívidas e como isso pode impactar suas finanças  |  Foto: Reprodução.

Publicado em 26/06/2025, às 11h43   Foto: Reprodução.   Redação

Enquanto o número de brasileiros com algum tipo de investimento financeiro deve crescer em quatro milhões até 2025, segundo o Raio X do Investidor Brasileiro (Anbima e Datafolha), a maioria da população (63%) ainda está fora desse universo. 

Entre os que aplicam dinheiro, a poupança segue sendo o destino mais comum. Uma dúvida entre os endividados é: faz sentido começar (ou continuar) a investir, mesmo tendo dívidas ativas?

A resposta, como quase tudo na vida financeira, é: depende. “Avaliar a natureza da dívida, os juros envolvidos e o tipo de aplicação faz toda a diferença para tomar a melhor decisão”, comenta Camila Poltronieri Flaquer, Head de Cobrança Digital (B2C) da Recovery.

Quando vale a pena reservar dinheiro, mesmo com dívidas? 

Quem está com o orçamento apertado pode imaginar que investir é um luxo, mas ter uma pequena reserva pode ser justamente o que impede o endividamento de virar uma bola de neve. 

 

“Dentro do possível, é importante manter uma quantia mínima reservada para emergências. Essa quantia pode evitar que imprevistos gerem dívidas”, explica Camila. 

Segundo ela, “guardar R$ 20 ou R$ 30 por mês já é um começo. Além de trazer segurança, essa prática ajuda a criar o hábito do planejamento financeiro”.

Entre as alternativas para quem deseja dar os primeiros passos estão produtos como o Tesouro Direto, que aceita aplicações a partir de R$ 30, e a poupança, que tem rendimento menor. Na dúvida, vale priorizar investimentos que permitem resgatar o valor total ou parcial aplicado com rapidez e segurança, caso seja necessário em caso de emergência.

 

Se a dívida tem juros altos, é melhor pagar o quanto antes

 

O apego ao dinheiro investido pode atrapalhar decisões racionais, afinal, ver o saldo da aplicação crescer é motivador. No entanto, se a pessoa tem dívidas com juros muito altos, como o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito, priorizar o investimento pode custar mais caro. 

Os juros dessas modalidades costumam ultrapassar os rendimentos médios de qualquer aplicação conservadora, e até mesmo de algumas mais arriscadas. Nesse caso, sacar o valor aplicado para quitar a dívida tende a ser a opção mais vantajosa.

 

Quando vale mais a pena investir do que antecipar parcelas?

Financiamentos de longo prazo, como os de veículos ou imóveis, geralmente apresentam juros mais baixos que outras modalidades de crédito. Com isso, ao receber um valor extra (como o 13º salário), pode surgir a dúvida: é melhor aplicar o dinheiro ou antecipar parcelas?

A escolha dependerá de alguns fatores: o financiamento oferece desconto ao antecipar parcelas? A antecipação ajudaria a diminuir o valor final pago ou traria tranquilidade financeira no curto prazo? Por outro lado, se o investimento escolhido render mais que o custo da dívida, mesmo considerando o imposto de renda sobre o rendimento, talvez valha mais deixar o dinheiro aplicado.

 

“Comparar a taxa de juros da dívida com o rendimento estimado do investimento, incluindo os impostos descontados, é essencial. Com isso, dentro do possível, a dica é priorizar o pagamento das dívidas, já que manter pendências financeiras pode comprometer parte da renda mensal das famílias, além de gerar a negativação em órgãos de proteção ao crédito e outras dores de cabeça futuras”, conclui a especialista

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