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Departamento de Guerra dos EUA impõe novas restrições a jornalistas

O secretário de Defesa defende as medidas como necessárias para proteger informações sensíveis, mas enfrenta resistência da imprensa  |  Foto: Reprodução/Jornal Nacional

Publicado em 21/09/2025, às 19h46   Foto: Reprodução/Jornal Nacional   Leonardo Silva

O Departamento de Guerra dos EUA impõs novas restrições a jornalistas que trabalham no Pentágono.  Credenciais de repórteres serão suspensas se profissionais não atenderem exigência.

O porta-voz do departamento, Sean Parnell, disse que as novas regras são “básicas, de senso comum, feitas para proteger informações sensíveis”.

O documento de 17 páginas diz que o Pentágono continua comprometido com a “transparência", mas determina que qualquer notícia sobre o Departamento de Guerra divulgada pela imprensa seja “aprovada por autoridades apropriadas, antes da publicação, mesmo se não for confidencial”.

As novas diretrizes também restringem a movimentação de jornalistas desacompanhados pelos corredores do Pentágono.

'Imprensa não comanda o pentágono'

A medida foi criticada por organizações de jornalistas como um ataque à liberdade à imprensa. Na sexta-feira (19), numa rede social,O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, retrucou: “A ‘imprensa’ não comanda o Pentágono. O povo que comanda”.

Atualmente, há 90 jornalistas autorizados credenciados no Pentágono. O texto pede ainda que todos assinem um compromisso formal para seguir as diretrizes. O comunicado avisa que poderá revogar a credencial de quem não aderir às novas regras.

O Clube Nacional de Imprensa, associação que representa os jornalistas nos EUA, disse que a medida é “um ataque direto ao jornalismo independente, exatamente onde o escrutínio independente mais importa: nas Forças Armadas dos EUA”.

O presidente do Clube, Mike Balsamo, ressalntou que ao longo de várias gerações, repórteres do Pentágono forneceram ao público informações sobre como as guerras são travadas.

“Esse trabalho só foi possível porque os repórteres puderam buscar fatos sem precisar da permissão do governo”, disse Balsamo, acrescentando que, se as notícias precisam ser aprovadas pelo governo, o público não pode mais receber reportagens independentes", disse.

As restrições não se limitam ao Departamento de Guerra

Na semana passada, o presidente Donald Trump ameaçou cancelar licenças de rádios e televisões que criticam o governo. Já a emissora da Disney ABC retirou do ar “indefinidamente” o programa do apresentador Jimmy Kimmel, conhecido crítico de Trump, após pressão da Casa Branca.

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