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Publicado em 29/06/2025, às 16h51 Juliana Marins, empresária e amante da natureza, escorregou em terreno frágil, dificultando o resgate por quatro dias - Reprodução Gabi Fernandes
A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, no vulcão Rinjani, na Indonésia, envolveu uma operação de resgate extremamente complexa. Segundo o montanhista e geógrafo Pedro Hauck, que acompanhou o caso, Juliana escorregou gradualmente ao longo de quatro dias após a queda inicial, dificultando o resgate por conta do terreno instável.
O local do acidente é formado por rochas frágeis, como pedra-pomes, que tornam a superfície solta e propensa a deslizamentos. Cerca de 70 pessoas participaram das buscas, enfrentando condições adversas, como ausência de helicópteros devido ao tempo fechado e dificuldades para transportar cordas e suprimentos em um ambiente de difícil acesso.
Aquela rocha toda quebradíssima vai se acumulando na vertente, e essa rocha que é bastante inclinada acaba ficando solta — afirmou. — Ela caiu no primeiro dia, e foi ao longo do tempo, aqueles quatro dias, escorregando, escorregando, escorregando, com aquele terreno muito, muito desprezível — detalhou
Sem drones de carga e com obstáculos logísticos, a equipe precisou improvisar, enfrentando lentidão no deslocamento e na comunicação da ocorrência. Hauck também alertou para o despreparo de muitos aventureiros, que se arriscam em trilhas sem o preparo físico e técnico adequado.
Quando eles tinham uma corda de certo tamanho, ela já tinha escorregado mais, a corda já não servia e precisou trazer mais corda. Tudo isso demora muito, e 70 pessoas precisam de água, comida, abrigo. Precisa ter gente para levar para lá, peso nas costas. Sem o helicóptero, tudo fica muito lento. É um trabalho imenso fazer isso num tempo rápido — disse.
Juliana era empresária, praticante de atividades ao ar livre e morava em Bali.