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Brasil retoma papel de potência ambiental, afirma Marina Silva

Em 2 anos, desmatamento caiu 46% na Amazônia e 32% no país, afirmou  |  Brasil retoma papel de potência ambiental, afirma Marina Silva - Reprodução

Publicado em 02/07/2025, às 21h53   Brasil retoma papel de potência ambiental, afirma Marina Silva - Reprodução   Redação

Durante participação na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou que o Brasil voltou a ter protagonismo no cenário político internacional após reconstruir sua política ambiental interna. Para ela, o país recuperou seu status de potência ambiental.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Marina afirmou que o Brasil vem apresentando resultados expressivos já reconhecidos em fóruns multilaterais.

Nos últimos dois anos, o desmatamento na Amazônia caiu cerca de 46%, enquanto no território nacional a redução foi de 32%. Ao mesmo tempo, o agronegócio cresceu 15% e a renda per capita aumentou aproximadamente 11%.

Esses avanços foram possíveis por meio de ações preventivas, articulação com diferentes esferas do poder público, envolvimento de organizações da sociedade civil e colaboração com o setor empresarial. A ministra destacou o esforço coletivo para impulsionar a agenda ambiental.

Ela também comentou sobre a atuação do Ibama, especialmente após questionamentos sobre a apreensão de 20 cabeças de gado mantidas ilegalmente na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre.

A operação realizada em junho retirou ao todo 400 animais que estavam de forma irregular na unidade de conservação. Marina reforçou que apenas 2,6% dos imóveis rurais concentram 60% das infrações ambientais.

Segundo ela, a maioria dos produtores está dentro da legalidade, e os autuados pelo Ibama são aqueles com comprovadas atividades ilegais. Por isso, frisou que essa minoria não representa o agronegócio brasileiro.

Convidada para prestar esclarecimentos sobre o combate a incêndios nos biomas do país e a atuação dos órgãos de fiscalização, Marina apontou que a redução no desmatamento poderia ter sido ainda maior não fosse o aumento expressivo das queimadas em 2024.

De acordo com a ministra, o Brasil foi atingido por eventos climáticos extremos que também afetaram outras partes do mundo. O cenário de seca, altas temperaturas e baixa umidade, somado a ações criminosas, agravou a propagação dos focos de incêndio. Ela classificou o fenômeno como um processo de retroalimentação perverso.

Em resposta à gravidade da situação, o governo organizou uma força-tarefa nacional para evitar o colapso ambiental, conforme reforçou a ministra.

Marina também foi indagada sobre a lentidão na liberação de novos agrotóxicos. Ela explicou que o Ibama tem autonomia para conduzir análises técnicas baseadas em critérios que priorizam a saúde pública, o meio ambiente e os próprios produtores.

Segundo a ministra, muitas solicitações se referem a produtos genéricos, sem inovação nas fórmulas, sendo que alguns já foram proibidos anteriormente, o que contribui para a morosidade do processo.

Por fim, Marina Silva enfatizou que boas práticas ambientais são recompensadas com incentivos dentro das políticas públicas. O Plano Safra deste ano trouxe uma

novidade nesse sentido: foi criado um redutor de juros de até 1% para agricultores que adotarem ações sustentáveis, como o uso de bioinsumos, cumprimento da reserva legal e regularização ambiental. A medida, segundo a ministra, é um estímulo à agricultura de baixo carbono.

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