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Publicado em 10/07/2025, às 14h03 Foto: Bruno Peres/Agência Brasil BNews Natal
Um em cada três jovens brasileiros entre 18 e 35 anos que pretendiam iniciar uma graduação em 2025 adiou os planos por causa dos gastos com apostas on-line, especialmente em plataformas de cassino virtual como o popular “jogo do tigrinho”. É o que aponta pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes).
O levantamento revela que 34% dos jovens da faixa etária, o equivalente a cerca de 986 mil pessoas, não conseguiram seguir com o plano de ingressar no ensino superior devido ao comprometimento da renda com jogos de azar digitais. Para o diretor-geral da Abmes, Paulo Chanan, “as apostas on-line se tornaram um obstáculo adicional para o acesso à educação no Brasil”.
Nas classes D e E, onde a renda média é de R$ 1 mil por pessoa, o problema é ainda mais grave. Nesses grupos, o índice de jovens que tiveram que adiar a faculdade por causa das apostas chega a 41%.
Nordeste e Sudeste lideram recuo na educação
Entre os jovens do Sudeste, o índice de adiamento da graduação por causa dos jogos foi também de 41%. No Nordeste, a situação é mais crítica: 44% dos entrevistados afirmaram ter deixado de iniciar a faculdade em 2025 devido ao envolvimento com bets e cassinos on-line.
Além dos que ainda não ingressaram na universidade, a pesquisa também aponta impacto entre os já matriculados. Segundo o estudo, 14% dos estudantes afirmaram ter atrasado mensalidades ou até mesmo trancado o curso por causa de dívidas geradas pelas apostas.
O perfil predominante dos apostadores, de acordo com o levantamento, é o de homens entre 26 e 35 anos, com emprego fixo e filhos, o que indica que o problema não atinge apenas jovens em situação de vulnerabilidade.
Mais de 2 mil entrevistados em todo o Brasil
A pesquisa ouviu 2.317 jovens entre os dias 20 e 24 de março de 2025, abrangendo todas as regiões e classes sociais do país. Todos os participantes demonstraram interesse em ingressar na educação superior privada.
Para a Abmes, o crescimento do número de jovens prejudicados por apostas on-line reforça a necessidade de políticas públicas e ações regulatórias que controlem esse tipo de plataforma, cada vez mais acessível e presente no cotidiano dos brasileiros.