Geral
Publicado em 09/08/2025, às 08h36 O encontro no Alasca será o primeiro entre os presidentes desde 2021 - Reprodução Gabi Fernandes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, marcaram um encontro para o dia 15 de agosto, no Alasca, estado americano que faz fronteira com a Rússia. O objetivo do encontro é negociar o fim da guerra na Ucrânia. A decisão gerou críticas imediatas de Kiev e de líderes europeus, que alertaram que qualquer acordo deve necessariamente envolver o governo ucraniano.
Ao anunciar a cúpula na sexta-feira (8), Trump afirmou que haverá “alguma troca de territórios para benefício de ambos os lados”, referindo-se à Rússia e à Ucrânia, mas não forneceu detalhes sobre quais áreas estariam em negociação.
Em resposta, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski afirmou nas redes sociais:
“Os ucranianos não entregarão sua terra ao ocupante”. Ele reforçou que decisões sobre o futuro da Ucrânia não podem ser tomadas sem sua participação: “Seria uma decisão contra a paz. Não conseguirão nada. A guerra não pode terminar sem nós, sem a Ucrânia”.
Negociações
Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, três rodadas de negociações entre Moscou e Kiev foram realizadas, mas sem avanços significativos. Milhares de vidas foram perdidas, milhões de pessoas foram deslocadas e o território ucraniano sofreu destruição em larga escala.
Putin tem resistido aos pedidos de cessar-fogo feitos por Kiev, Washington e aliados europeus. Zelenski, por sua vez, afirma estar aberto a “decisões reais que possam trazer a paz”, mas insiste que essa paz deve ser “digna”.
O líder ucraniano também defende a realização de uma cúpula tripartite e tem dito que o diálogo direto com Putin é essencial para avançar rumo ao fim do conflito. No entanto, o Kremlin rejeitou a possibilidade de uma conversa direta entre os dois neste momento.
O encontro entre Trump e Putin, marcada para acontecer no Alasca — território que foi vendido pela Rússia aos Estados Unidos em 1867 —, será o primeiro encontro entre presidentes dos dois países desde a reunião de Joe Biden e Putin em Genebra, em junho de 2021. Também será a primeira vez que Putin pisará em solo americano desde 2015, quando participou da Assembleia Geral da ONU durante o governo de Barack Obama.
Zelenski criticou o local escolhido para o encontro: “O Alasca está muito longe desta guerra, que é travada em nossa terra, contra o nosso povo”. Já o Kremlin considerou a escolha “bastante lógica”, destacando que o estado é um ponto estratégico no Ártico e onde os “interesses econômicos” dos dois países se cruzam.
Moscou também convidou Trump para uma visita oficial à Rússia em data ainda não definida.
G20
A última vez que Trump e Putin se encontraram pessoalmente foi em 2019, durante a cúpula do G20 no Japão, embora tenham mantido contato por telefone em várias ocasiões desde então.