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Entenda a briga entre Chaves e Quico contada pela série Chespirito

Descubra como a rivalidade entre Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán se refletiu tanto na ficção quanto na vida real  |  Foto: Reprodução.

Publicado em 10/06/2025, às 08h30   Foto: Reprodução.   Redação

Entre as histórias de bastidores do legado de Chaves, a mais popular é a rivalidade entre Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán, que viviam na ficção os meninos Chaves e Quico, respectivamente. 

 

No seriado infantojuvenil, Chaves era o garoto pobre que vivia em um barril e sonhava com mortadela, enquanto Quico era mimado pela mãe e sempre agraciado com presentes e quitutes que esbanjava na cara do menos afortunado. 

 

Por conta disso, o par nutria uma dinâmica repleta de provocações e atritos, que não era tão distantes da realidade dos bastidores, que levou ambos até mesmo a conflitos na Justiça. Agora, o caso é recontado na série biográfica Chespirito: Sem Querer Querendo, da HBO Max. 



Rivalidade é fruto de um triângulo amoroso

 

Um dos motivos mais comumente apontados para a rixa é o suposto triângulo amoroso entre Bolaños, Villagrán e Florinda Meza, que interpretou a Dona Florinda e ficou com o intérprete de Chaves de 1977 até o fim da vida do humorista, em 2014. 

 

Segundo Villagrán, a atriz o abordou com cantadas insistentes no início do seriado. A intensidade seria tanta que o ator teria pedido ajuda a Bolaños para rejeitá-la. Meza, entretanto, se recusa a responder perguntas sobre o assunto, tendo dito em 2023 que contempla-las seria promover a imagem “de alguém que não vale um centavo”. 

 

Em 2015, o próprio Villagrán negou que a revista o suposto envolvimento teria distanciado ele de Bolaños: “Foi uma coisa passageira, que não fez mal a ninguém e que não vale a pena sequer falar disso”, frisou à Basta .



A saída perturbada

 

Em 1979, sete anos após a concepção do personagem Chaves e sua turma, Villagrán decidiu abandonar o programa. Inicialmente, sua justificativa foi o desejo de seguir carreira solo como Quico, mas, anos depois, o ator mudou a versão e disse ter sido alvo da inveja de Bolaños, que teria diminuído o espaço para o personagem até arrancá-lo do programa. 

 

Já Bolaños afirmou que a decisão de partir foi unilateral e autônoma, alegação reforçada por outros colegas do elenco.

 

Após a saída, o intérprete de Quico planejava estrelar uma nova série do personagem no canal Televisa, mas se decidiu incluir o nome de Bolaños nos créditos como criador da figura. Por conta do impasse de direitos autorais, o pai de Chaves não permitiu que o projeto continuasse. Villagrán o processou, mas rapidamente perdeu o caso. Na tentativa de entrevista, o presidente da emissora, Emilio Azcárraga Milmo, propôs que o bochechudo ganhasse um programa próprio, desde que Bolaños o supervisionasse, o que foi novamente rejeitado. 



Farto, Milmo baniu Villagrán de múltiplos canais e proibiu de realizar shows como Quico no México e em outros países da América Latina. Uma brecha esperada surgiu em 1980, quando uma emissora venezuelana independente Rádio Caracas Televisión ofereceu um programa próprio através de uma pequena alteração de grafia. Assim nasceu Kiko Botones — o mesmo garoto, agora com K. Villagrán encontrado no país até 1987.

 

Após anos de afastamento, Villagrán participou de uma homenagem a Bolaños na Televisa, mas a cordialidade não durou. Dias depois, o ator voltou a criticar o colega na mídia e cimentou o fim da relação. Eles nunca mais se falaram. Em 2013, quando o criador de  Chaves  enfrentou problemas de saúde, seu rival disse que Deus estava castigando o rival por sua ganância. No ano seguinte, quando Bolaños morreu, Villagrán lamentou não ter feito pazes em vida.

 

Como a série Chespirito  retrata a rivalidade entre Chaves e Quico

 

Com episódios novos às quintas-feiras, o seriado biográfico Chespirito , da HBO Max, trocou o nome de Villagrán pelo pseudônimo Marcos Barragán, a fim de evitar problemas legais com o ator de 81 anos. 

 

Ao começo de cada episódio, a produção alerta que semelhanças com pessoas reais são coincidentes. Ainda assim, o personagem vívido de Juan Lecanda é retratado de maneira caricata e abrasiva, sempre colocado em situações que demonstram arrogância e falta de educação. 

 

Já no primeiro episódio, ele assedia a mãe de um fã e é rude com outra. A adaptação da autobiografia Sem Querer Querendo , lançada por Bolaños em 2005, é roteirizada por dois de seus filhos: Roberto e Paulina Gómez Fernández. Depois de décadas, algumas desavenças se tornam herança.

Classificação Indicativa: Livre


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