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Publicado em 14/07/2025, às 10h44 Foto: Reprodução. Redação
O setor pesqueiro do Rio Grande do Norte está apreensivo diante do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. A medida pode impactar diretamente as exportações do estado, que tem nos EUA um de seus principais destinos comerciais.
O presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do Rio Grande do Norte, Arimar França Filho, diz que, caso a medida se confirme, a continuidade da pesca de atum será inviável e os barcos deixarão de ir ao mar.
Atualmente, os Estados Unidos são responsáveis pelo consumo de 80% do atum fresco pescado pelos barcos do Rio Grande do Norte, representando US$ 50 milhões por ano, por aproximadamente 4 mil toneladas do pescado.
O valor corresponde, na cotação atual, mais de R$ 278 milhões. Não há, inclusive, um “plano B”para os produtores continuarem com a atividade caso a tarifa de 50% passe a incidir sobre a mercadoria.
“Como desde 2018 não podemos exportar para a Europa, estamos muito preocupados e estamos esperando uma resolução. Vamos participar de reunião com a Fiern e CNI e saber quais serão as próximas etapas para a gente. Caso não haja uma mudança na intenção e ocorra a taxação, vamos ter que parar toda a frota porque, economicamente, ficará inviável”, disse Arimar França.
Para este mês, os barcos já estão no mar e chegarão antes do início previsto para a taxação, que é agosto. Por isso, há a garantia de que a produção em julho não sofra com o impacto da taxação.
Contudo, os produtores cobram que o Governo Federal busque de maneira diplomática a reversão da decisão e também o fim da barreira que foi imposta pela União Européia para todo pescado e produtos da aquicultura brasileira, em vigor desde 2018 e que impede a comercialização e faz com que o mercado europeu não seja uma alternativa para os produtores potiguares.