Cidades
Publicado em 20/07/2025, às 14h25 A Companhia de Águas e Esgotos do RN reconhece os desafios e planeja ampliar a cobertura com novas Estações de Tratamento - Reprodução Gabi Fernandes
Natal ocupa a terceira pior posição entre as capitais do Nordeste e é a oitava no Brasil com menor cobertura de esgotamento sanitário, de acordo com o Ranking do Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil (ITB). O levantamento utiliza dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), com ano-base de 2023, divulgados pelo Ministério das Cidades.
Segundo o estudo, a cobertura do serviço na capital potiguar é de apenas 43,66%, representando uma queda de 10,13 pontos percentuais em relação ao ranking anterior (ano-base 2022), que apontava uma cobertura de 53,79%. Com isso, Natal perdeu 16 posições no ranking geral que avalia os 100 municípios mais populosos do país.
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) explicou que a queda nos números está relacionada a mudanças na metodologia do SNIS, que passou a utilizar os dados atualizados do Censo Demográfico 2022, do IBGE, afetando diretamente as comparações com anos anteriores.
Ainda assim, a estatal reconhece os desafios e afirma que medidas estão sendo tomadas para ampliar a cobertura. De acordo com a Caern, duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) — Jaguaribe e Guarapes — estão em fase de implantação e serão fundamentais para alcançar a universalização do saneamento na cidade.
A previsão é que o serviço esteja completamente disponível em Natal até 2027, quando a ETE Guarapes deverá entrar em funcionamento.
Cobertura nas Zonas da capital
A cobertura atual é desigual entre as regiões da cidade. A zona Leste já tem quase 100% do serviço implantado, enquanto a zona Sul apresenta bons índices, com exceção dos bairros de Pitimbu (Cidade Satélite), parte da Vila de Ponta Negra e cerca de 60% de Candelária, que ainda não são atendidos.
Na zona Oeste, apenas os bairros do Alecrim e das Quintas contam com o sistema de esgotamento sanitário. As demais áreas devem ser contempladas com a conclusão da ETE Jundiaí-Guarapes, prevista também para 2027. Já na zona Norte, a cobertura atual é de apenas 3%.
Com a entrada em operação do primeiro módulo da ETE Jaguaribe, em agosto, a expectativa é que esse número suba para 43%. Até 2026, com o segundo módulo funcionando, a estimativa é de que a cobertura alcance 95% da região.
A Estação Jaguaribe, que será fundamental para essa ampliação, começou a ser construída em 2017 e já teve sua conclusão adiada diversas vezes.