Cidades
Publicado em 05/09/2025, às 08h56 Foto: Reprodução/ MPRN. Sammara Beatriz
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) divulgou nesta sexta-feira (5) uma nota sobre a terceirização de serviços médicos na saúde pública de Natal. O pronunciamento acontece em meio a greve dos médicos, que protestam contra a substituição da Cooperativa Médica do RN (Coopmed‑RN) por duas empresas terceirizadas — Justiz e Proseg — em um processo de dispensa de licitação estimado em R$ 208 milhões para um ano de prestação de serviços.
Em nota, o MPRN destacou que "em recente decisão, foi autorizada a formalização dos contratos com as empresas Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda. e Proseg Consultoria e Serviços Especializados".
Além disso, o órgão ainda afirmou que atua para assegurar a manutenção da prestação dos serviços considerados essenciais à população natalense e aguarda um desfecho que traga segurança jurídica aos profissionais médicos e o atendimento qualificado à população.
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN) alega que a paralisação, iniciada na noite desta segunda-feira (1°), tem como reivindicações a realização de concurso público, reajuste da remuneração, pagamento de salários atrasados e contratos que garantam direitos trabalhistas – para além dos atuais embates envolvendo as empresas recentemente contratadas pelo Município. N
Na manhã de terça (2), médicos e participantes do sindicato realizaram uma manifestação na Cidade Alta, no centro de Natal.
Presidente do sindicato, Geraldo Ferreira informou que vai denunciar o secretário municipal de Saúde de Natal por gestão temerária.
“Quem está coagindo e assediando médicos é a empresa [Justiz] e a secretaria, como aconteceu com cargos comissionados fornecendo escalas e telefones de médicos para a empresa. Nós vamos denunciar o secretário Geraldo Pinho por gestão temerária que coloca em risco a população de Natal. Se há um criminoso aqui é ele, o futuro mostrará. O sindicato é a defesa e representação dos médicos”, afirmou Geraldo Ferreira.
Já na quinta-feira (4), a Secretaria Municipal de Saúde de Natal publicou no Diário Oficial do Município (DOM) a Portaria nº 116/2025, assinada pelo titular da pasta, Geraldo Pinho, que revoga nomeações anteriores e designa novos diretores médicos e responsáveis técnicos em hospitais, maternidades, UPAs e até no SAMU.
Entre os exonerados estão Francisca de Assis Silva (UPA Esperança), Hélida Maria Bezerra (UPA Satélite), Diego Viana Barreto (UPA Potengi), Larissa Eulália Maia de Abrantes (UPA Pajuçara), além de gestores do Hospital Municipal de Especialidades (Hospesc), da Maternidade Araken Irerê Pinto e da Maternidade Leide Morais.
Em entrevista à TV Agora RN, Geraldo Pinho classificou a greve como “irresponsável” e um “desserviço à população”. Ele acusou o Sindicato dos Médicos (Sinmed-RN) de coagir profissionais que aceitaram migrar para as empresas Justiz e Proseg.